Patologia Veterinária
 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
  • Principais intoxicações por plantas recebidas no LABOPAVE desde 2013

    Publicado em 30/08/2020 às 12:55

    As intoxicações por plantas tóxicas ainda são um problema presente no meio veterinário, principalmente na criação de grandes animais. Essa postagem vem trazer algumas características das plantas que já causaram mortes em animais recebidos no LABOPAVE.

    FONTE: TOKARNIA, Carlos Hubinger et alPlantas tóxicas do Brasil para animais de produção. 2. ed. Rio de Janeiro: Helianthus, 2012. 568 p.

    Todas as imagens de necropsia foram retiradas do acervo do LABOPAVE.

    Todas as partes são tóxicas, tanto verdes quanto dessecadas, sendo que foi observado que teores de alcaloides mais altos são encontrados antes da floração da planta. É encontrada em toda a região Sul do Brasil e em algumas áreas altas e frias da região Sudeste. Os valores das doses tóxicas são baseados na planta verde fresca.

     

    Na foto fígado de um bovino, fêmea, Angus com 8 anos, padrão lobular evidente, consistência aumentada, palidez por todo parênquima e área focalmente extensa de fibrose que se estende ao parênquima.

     

    Todas as partes da samambaia são tóxicas, sendo que o rizoma é mais tóxico. Dose tóxica para a: Forma aguda – bovinos 10 a 30g/kg. Hematúria enzoótica – bovinos menos de 10 g/kg/dia.  CCE (carcinoma de células escamosas)– bovinos maiores de 5 anos com ingestão crônica de doses relativamente pequenas. Evolução é de meses a anos.

     

    Na foto esôfago de um bovino, fêmea, Red Angus, 5 anos, apresentando espessamento da parede na região mais cranial. Ao corte, presença de massa com 2 cm de espessura. Na microscopia foi confirmado CCE bem diferenciado.

     

    Não se tem conhecimento da dose tóxica, mas sabe-se que é depende da quantidade de saponinas e esse fator varia conforme o clima.

     

    Nas imagens podemos observar o fígado com lesão arredondadas bem delimitadas multifocais com coloração vermelho escuro, mediando em torno de 5 cm. E no tegumento áreas apresentando lesões ulcerativas, necróticas e verrugosas de formato e tamanho irregular, variando de 2cm a 12cm, disseminada com aspecto de couve-flor, localizadas no dorso, membros e glândula mamária. Bovino, fêmea , Red Angus, 2 anos.

     

    O tremoço (Lupinus sp.) é usado quase que exclusivamente como adubo verde, pois se adapta em regiões de clima mais frio como Santa Catarina e Paraná.

     

    Nas fotos observamos um bovino, fêmea holandesa com 2 dias, com fenda palatina e lábio leborino, artrogripose acentuada e escoliose cervical, lombar e sacral.


  • Colorações especiais: Tricrômico de Masson

    Publicado em 05/04/2020 às 14:11

     Tricrômico Masson

    O Tricrômico de Masson (TM) é uma coloração especial usada principalmente para caracterizar e discriminar diferentes tecidos conjuntivos e componentes de tecidos moles. Músculo liso e queratina são corados em rosa a vermelho, colágeno em azul ou verde, e fibras elásticas em preto. Quando o colágeno é corado em verde a coloração é chamada de Tricrômico de Masson modificado por Goldner. O ácido fosfotúngstico ou fosfomolibdico é usado junto com os corantes aniônicos para criar uma solução de coloração equilibrada. A coloração consiste em coloração sequencial com hematoxilina de ferro, que cora os núcleos de preto; Escarlate de Biebrich que cora de vermelho o citoplasma e azul de anilina ou verde claro de anilina que cora o colágeno de azul ou verde, respectivamente.Essa coloração é empregada para diferenciar leiomiomas e tumores neurais. Fibrose perivascular, formação de cicatriz e lesões escleróticas também são melhor apreciadas com o uso do tricrômico de Masson. 

    English

    Masson’s trichrome is a special stain which is typically used to characterize and discriminate between various connective and soft tissue components. Smooth muscle and keratin stain pink-red, collagen stains blue-green, and elastic fibers appear black. When the collagen turns green the stain it’s called Masson’s Trichrome modified by Goldner. Either phosphotungstic or phosphomolybdic acid is used along with anionic dyes to create a balanced staining solution. The stain consists of sequential staining with iron hematoxylin which stains nuclei black; Biebrich scarlet which stain cytoplasm red and aniline blue or aniline light green which stain collagen blue or green respectively. Masson’s trichrome stain is frequently employed when the histopathologic differential includes leiomyomatous and neural tumors. Perivascular fibrosis, scar formation, and sclerotic lesions are also better appreciated with the use of Masson’s trichrome. 

     

     

     

    Esquema representando as cores que marcam os diferentes tecidos na coloração de Tricrômico de Masson.

     

    Foto 1: Pele, hemangiossarcoma, formação de novos vasos de diversos tamanhos, hamster chinês, macho, 1 ano e 6 meses, 40X, HE.

     

    Foto 2: Pele, hemangiossarcoma, formação de novos vasos de diversos tamanhos formados por células pavimentosas (endotélio) de elevado pleomorfismo, com núcleo fusiforme e citoplasma levemente eosinofílico. Há ninhos de células isoladas formando regiões sólidas apresentando núcleo variando de forma ovalada a estrelada e citoplasma indistinto, hamster chinês, macho, 1 ano e 6 meses, 400x, HE.

     

    Foto 3: Pele., hemangiossarcoma, formação de novos vasos de diversos tamanhos formados por células pavimentosas (endotélio) de elevado pleomorfismo, com núcleo fusiforme e citoplasma levemente eosinofílico. Há ninhos de células isoladas formando regiões sólidas apresentando núcleo variando de forma ovalada a estrelada e citoplasma indistinto, hamster chinês, macho, 1 ano e 6 meses, 400x, HE.

     

    Foto 4: Pele, hemangiossarcoma, formação de novos vasos de diversos tamanhos, hamster chinês, macho, 1 ano e 6 meses, 40X, Tricrômico de Masson.

     

    Foto 5: Pele, hemangiossarcoma, observar as áreas sólidas de coloração azulada que representam o colágeno, hamster chinês, macho, 1 ano e 6 meses, 400x, Tricrômico de Masson.

     

    Foto 7: Protocolo da coloração Tricrômico de Masson utilizada no LABOPAVE.

     

    The name of the stain “Trichrome” suggests a stain made with 3 dyes and that gives rise to 3 colors for different tissues


  • Colorações especiais: Azul de Toluidina

    Publicado em 16/02/2020 às 22:01

    Azul de toluidina

    O azul de toluidina é um corante catiônico metacromático do grupo de tiazinas que marca seletivamente grupos ácidos de componentes teciduais (radicais carboxílicos, sulfatos e fosfatos), apresentando afinidade pelo DNA dos núcleos celulares e pelo RNA presente no citoplasma, os quais fixam o corante e coram-se profundamente. No laboratório de patologia veterinária essa coloração é utilizada prevalentemente para diferenciação de tumores de células redondas dentre eles o mastocitoma. O azul de toluidina é responsável por corar os grânulos metacromáticos dos mastócitos neoplásicos em azul.

    English: Toluidine blue

    Toluidine blue is a metachromatic cationic dye of the thiazine group that selectively marks acid groups of tissue components (carboxylic radicals, sulfates and phosphates), showing affinity for cell nucleus DNA and cytoplasmic RNA, which fix the dye and blush deeply. In the veterinary pathology laboratory this staining is used predominantly for differentiation of round cell tumors among them the mast cell. Toluidine blue is responsible for staining the eosinophilic metachromatic granules of neoplastic mast cells in blue.

     

    CALANDRO, Terezinha Lisieux Lopes et al. Utilização do teste com o azul de toluidina como método auxiliar no diagnóstico de lesões orais. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, v. 68, n. 2, p.196-199, jul. 2011.

     

    Foto 1: Pele, mastocitoma de baixo grau, canino, fêmea, Shih-tzu, 10 anos e 11 meses, HE, 10x.

     

     

    Foto 2: Pele, mastocitoma de baixo grau, canino, fêmea, Shih-tzu, 10 anos e 11 meses, HE, 40x.

     

     

    Foto 3: Pele, mastocitoma de baixo grau, canino, fêmea, Shih-tzu, 10 anos e 11 meses, HE, 40x.

     

     

    Foto 4: Pele, mastocitoma de baixo grau, canino, fêmea, Shih-tzu, 10 anos e 11 meses, Azul de Toluidina, 10x.

     

     

    Foto 5: Pele, mastocitoma de baixo grau, observar os grânulos intracitoplasmáticos dos mastócitos corados de azul e infiltrado de eosinófilos e neutrófilos, canino, fêmea, Shih-tzu, 10 anos e 11 meses, Azul de Toluidina, 40x.

     

     

    Foto 6: Pele, mastocitoma de baixo grau, observar os grânulos intracitoplasmáticos dos mastócitos corados de azul e infiltrado de eosinófilos e neutrófilos, canino, fêmea, Shih-tzu, 10 anos e 11 meses, Azul de Toluidina, 40x.

     

     

    Foto 7: Protocolo da coloração de Azul de toluidina utilizado no LABOPAVE.

     


  • Colorações especiais: Warthin Starry

    Publicado em 21/01/2020 às 14:52

    Warthin-Starry 

    O Warthin-Starry (WS) é uma coloração de prata utilizada para identificação de espiroquetas. Dentre as espécies identificadas são exemplos Leptospira spp., Alipia feles, Bartonella henselae, Borrelia burgdorferi, H. pylori, Legionella pneumophila, Treponema allidum. Os microrganismos são corados em preto.  A coloração Warthin-Starry tem a desvantagem da coloração inespecífica das fibras elásticas do tecido, dificultando a interpretação das seções da pele. Uma interpretação complicada adicional é a coloração positiva dos melanócitos.

    English

    Warthin-Starry (WS) is a silver color used for identification of spirochetes. Among the species identified are Leptospira spp., Alipia feles, Bartonella henselae, Borrelia burgdorferi, H. pylori, Legionella pneumophila, Treponema pallidum. The microorganisms are stained black. Warthin-Starry staining has the disadvantage of nonspecific staining of elastic tissue fibers, making interpretation in the sections of the skin difficult. An additional complicated interpretation is the positive staining of melanocytes. 

    FONTE: KUMAR, G.L. & KIERNAN, J.A. Education Guide: Special Stains and H&E. Ed 2. Carpinteria, 2010.

    Estômago, congestão difusa moderada associada à espiroquetas, canino, macho, Yorkshire terrier, 3 anos e 9 meses, 10x, HE.

     

    Estômago, congestão difusa moderada associada à espiroquetas, canino, macho, Yorkshire terrier, 3 anos e 9 meses, 40x, HE.

     

    Estômago, congestão difusa moderada associada à espiroquetas (seta branca), canino, macho, Yorkshire terrier, 3 anos e 9 meses, 100x, WS.

     

    Estômago, congestão difusa moderada associada à espiroquetas (setas brancas), canino, macho, Yorkshire terrier, 3 anos e 9 meses, 100x, WS.

     

    Estômago, congestão difusa moderada associada à espiroquetas (setas azuis), canino, macho, Yorkshire terrier, 3 anos e 9 meses, 100x, WS.

     

    Protocolo coloração de Warthin Starry LABOPAVE

     


  • Retículo pericardite traumática

    Publicado em 15/01/2020 às 13:51

    Os bovinos são pouco seletivos, portanto estão mais suscetíveis a deglutir corpos estranhos, as vacas leiteiras adultas são mais acometidas devido a mais frequente exposição a esses objetos, também pode-se levar em consideração a idade desses animais que comparado a gado de corte permanecem por mais tempo na propriedade. Os corpos estranhos deglutidos alojam-se normalmente no reticulo, isso ocorre devido a presença das pregas de seu revestimento mucoso. Esses corpos estranhos podem perfurar o reticulo e o diafragma chegando na cavidade torácica e podendo perfurar o saco pericárdio, assim causando a reticulo pericardite traumática.

    English: Cattle are poorly selective, so they are more susceptible to swallowing foreign bodies, adult dairy cows are more affected due to more frequent exposure to these objects, it can also be taken into account the age of these animals compared to beef cattle which stand more time on property. Swallowed foreign bodies normally lodge in the reticulum, this is due to the presence of the folds of its mucous lining. These foreign bodies may pierce the reticulum and the diaphragm reaching the thoracic cavity and may perforate the pericardial sac, causing traumatic pericarditis reticulum.

    Imagem 1: bovino, cavidade torácica, distensão do saco pericárdio, que está preenchido por liquido e inflamação.

     

    Imagem 2: bovino, saco pericárdio, material fibrinoso que preenche o saco pericárdico e recobre o coração.

     

    Imagem 3: bovino, coração, no ventrículo, se observa um objeto pontiagudo que atravessa a parede do mesmo.

     

    Imagem 4: bovino, coração, presença de área de necrose do miocárdio, na área de inserção do objeto pontiagudo (arame).

     

    Imagem 5: bovino, reticulo, fragmento com a presença do objeto pontiagudo (arame).

     

    Imagem 6: bovino, pulmão presença de abscesso na porção cranial do lobo caudal direito, ao porte mostrando material purulento.

     

    Play
    Fullscreen
    0:00
    /
    0:00
    -0:00
    Loaded: 0%
    Progress: 0%
    00:00
    Mute

    Vídeo 1: bovino, abertura do saco pericárdico, onde há grande quantidade de liquido e material fibrinoso.

    Play
    Fullscreen
    0:00
    /
    0:00
    -0:00
    Loaded: 0%
    Progress: 0%
    00:00
    Mute

    Vídeo 2: bovino coração, retirada do objeto pontiagudo que estava inserido no miocárdio.


  • Colorações Especiais: Picrosirius

    Publicado em 29/12/2019 às 22:47

    Ainda em clima de Natal apresentamos a coloração de Picrosirius. 

    Picrosirius é uma coloração seletiva de tecido conjuntivo que permite uma análise qualitativa das fibras colágenas do tecido conjuntivo. Quando observada sob luz polarizada, pela diferença na interferência de cores, na intensidade e na birrefringência dos tecidos corados, essa coloração permite a diferenciação principalmente das fibras tipo I e tipo III. O principal uso da coloração é na coloração e diferenciação dos diferentes tipos de colágeno, porém ela também tem sido utilizada para o diagnóstico diferencial de neoplasias fibrocísticas. Para observação do Picrosirius, é possível utilizar um simples filtro polarizante no caminho da luz. Uma dica é a utilização de óculos 3D. 

     

    ENGLISH

    Still in Christmas mood we present the coloring of Picrosirius.

    Picrosirius is a selective connective tissue staining that allows a qualitative analysis of the collagen fibers of connective tissue. When observed under polarized light, due to the difference in color interference, intensity and birefringence of the stained tissues, this staining allows the differentiation mainly of type I and type III fibers. The main use of staining is in staining and differentiation of different types of collagen, but it has also been used for the differential diagnosis of fibrocystic neoplasms. For examination of the Picrosirius stain, it is possible to simply utilize a simple polarizing filter in the light path. One tip is the use of 3D glasses.

    Fonte:

    BEDOYA, S.A.O. et al. Caracterização de colágenos tipos I e III no estroma do carcinoma de células escamosas cutâneo em cães. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte, v. 68, n. 1, p.1-4, set. 2015.

    KUMAR, G.L. & KIERNAN, J.A. Education Guide: Special Stains and H&E. Ed 2. Carpinteria, 2010.

     

     

    Pele, hemangiopericitoma, canino, macho, SRD, 11 anos e 7 meses, obj. 4x, HE.

     

    Pele, hemangiopericitoma, canino, macho, SRD, 11 anos e 7 meses, obj. 10x HE.

     

    Pele, hemangiopericitoma, canino, macho, SRD, 11 anos e 7 meses, obj. 40x, HE.

     

    Pele, hemangiopericitoma, canino, macho, SRD, 11 anos e 7 meses, obj. 4x, Picrosirius.

     

    Pele, hemangiopericitoma, canino, macho, SRD, 11 anos e 7 meses, obj. 10x, Picrosirius.

     

    Pele, hemangiopericitoma, canino, macho, SRD, 11 anos e 7 meses, obj. 10x, Picrosirius.

     

    Protocolo de coloração utilizado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LABOPAVE).

     


  • Colorações Especiais: Alcian Blue

    Publicado em 17/12/2019 às 12:22

    Alcian Blue ou Azul de Alciano

    Os corantes de Alcian são compostos catiónicos e formam ligações eletrostáticas (iônica) com determinados grupos polianióicos carboxil ou sulfato. O Azul de Alcian (AA) tem grande especificidade em corar mucinas ácidas. Os tecidos não são afectados por posteriores tratamentos com água ou álcool e tem elevada durabilidade da coloração. Este corante cora específica e intensamente mucinas ácidas, de cor azul. Na patologia essa coloração é interessante para diferenciar certos tumores secretores de mucina ou com componentes mucinoides como carcinoma rico em lipídeos no pulmão, onde pode haver proliferação de células caliciformes secretoras de muco.

     

    Alcian Blue

    Alcian dyes are cationic compounds and form electrostatic bonds with certain carboxyl or sulfate polyanionic groups. Alcian Blue (AA) has great specificity in staining acid mucins. Alcian Blue (AA) has great specificity in staining acid mucins. The tissues are unaffected by subsequent water or alcohol treatments and have high color durability. This dye stains specifically and intensely acidic mucins, in blue color. In pathology this staining is interesting to differentiate certain mucin-secreting tumors or mucinoid-like tumors such as lipid-rich carcinoma in the lung, where there may be proliferation of mucus-secreting goblet cells.
    FONTE:https://www.fciencias.com/2014/06/26/tecnicas-de-coloracao/. Acesso em 06/11

     

     

    Intestino grosso, suíno, macho, Comercial, 40 dias, objetiva de 4x, HE.

     

    Intestino grosso, suíno, macho, Comercial, 40 dias, objetiva de 40x, HE.

     

    Intestino grosso, suíno, macho, Comercial, 40 dias, objetiva de 4x, AB.

     

    Intestino grosso, suíno, macho, Comercial, 40 dias, objetiva de 40x, AB.

     

    Protocolo de coloração utilizado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LABOPAVE).


  • Colorações Especiais

    Publicado em 17/12/2019 às 11:28

    Na patologia veterinária um dos métodos utilizados para diagnóstico confirmatório são as colorações especiais. Tendo isso em vista serão realizadas postagens mensais acerca das colorações utilizadas no LABOPAVE bem como sua finalidade e imagens ilustrativas. Esperamos que todos aproveitem e aprendam!


  • Leucose enzoótica bovina

    Publicado em 23/08/2019 às 16:53

    A leucose enzootica bovina é uma neoplasia de linfócitos causada por um retrovírus, que
    ocorre em bovinos com mais de dois anos de idade e é caracterizada pelo surgimento de
    tumores em diversos órgãos, sendo mais prevalente em rebanhos leiteiros. É transmitida por
    transferência de linfócitos infectados, portanto sua transmissão ocorre principalmente
    durante manejos como a descorna, vacinações e colocação de brincos. A maior parte dos
    animais infectados permanece como portadores assintomáticos. Na necropsia, é observado
    aumento dos linfonodos superficiais e internos, que ao corte, se apresentam sem distinção de
    regiões cortical e medular. Na histologia, observa-se a proliferação de linfócitos e infiltração
    maciça destes nos órgãos afetados, sendo mais frequentes coração e abomaso. Geralmente
    os achados da necropsia são suficientes para o diagnóstico.

    Fonte: RIET-CORREA, Franklin et al. Doenças de Ruminantes e Equinos. 2. ed. São Paulo:
    Varela, 2001. 426 p.
    Enzootic bovine leukosis is a lymphocyte neoplasm caused by retrovirus, which occurs in
    cattle older than two years and is characterized by the appearance of tumors in several
    organs, being more prevalent in dairy herds. It is transmitted by transfer of infected
    lymphocytes, so its transmission occurs mainly during management such as dehorning,
    vaccinations and earrings. Most infected animals remain asymptomatic carriers. At necropsy,
    enlargement of superficial and internal lymph nodes is observed, which at cut, are presented
    without distinction of cortical and medullary regions. Histologically, lymphocyte proliferation
    and massive infiltration into the affected organs are observed, most commonly heart and
    abomasum. Necropsy findings are usually sufficient for diagnosis.

     

    Áreas de equimose e petéquias no epicárdio, coração com 8kg, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

     

    Áreas com material gelatinoso (atrofia serosa da gordura) no epicárdio, coração, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

     

    Múltiplas áreas esbranquiçadas, firmes, por vezes coalescendo, superfície de corte, coração, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

     

    Áreas enrugadas e brancacentas no endocárdio (lesões de jato), coração, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

     

    Parte superior, rim apresentando áreas brancacentas na região cortico-medular, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos. Parte inferior, fígado sem alterações, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

     

    Coração, infiltrado de linfócitos difuso acentuada, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

     

    Coração, infiltrado de linfócitos difuso acentuado, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.


  • Leiomioma gástrico em canino

    Publicado em 29/07/2019 às 23:02

    O leiomioma é um tumor benigno de células de músculo liso que ocorre comumente no estômago de cães idosos, com predileção para os machos, sendo raramente observado em outras espécies de animais domésticos São mais comuns em região gastroesofágica, na região antro pilórica e o piloro, e suas metástases apresentam lenta evolução. A sintomatologia é associada ao distúrbio funcional do fluxo gástrico e obstrução mecânica parcial ou total. Sintomas como êmese, letargia, perda de peso, diarréia, melena e hematoquezia podem ocorrer com duração variável. No diagnóstico de neoplasias gastrointestinais, as radiografias abdominais são úteis, mas o exame mais indicado para neoplasias gástricas é o ultrassom abdominal. O tratamento se dá por ressecção cirúrgica e o prognóstico é bom quando não ocorrem complicações pós-operatórias mesmo para tumores malignos, se a excisão for completa, isto é, ausência de células tumorais nas margens do tecido resseccionado (CARVALHO et al, 2016). Microscopicamente esta neoplasia é caracterizada por proliferação de células de músculo liso, apresentando núcleos pavimentosos eucromáticos, citoplasma amplo e anfofílico, moderadamente abundante de bordos indistintos, as células apresentam formato homogêneo. Na coloração especial de Tricrômico de Masson e Picrosirius não é evidenciado colágeno como componente primário da neoplasia. Pode haver infiltrado na mucosa.

    ENGLISH
    Leiomyoma is a benign smooth muscle cell tumor that commonly occurs in the stomach of elderly dogs with a male predisposition and is rarely observed in other species of domestic animals. They are more common in the gastroesophageal region, the pyloric antrum region and the pylorus, and its metastasis presents slow evolution. Symptomatology is associated with functional disturbance of gastric flow and partial or total mechanical obstruction. Symptoms such as emesis, lethargy, weight loss, diarrhea, melena and hematochezia may occur with variable duration. For the diagnosis of gastrointestinal neoplasms, abdominal radiographs are useful, but the most appropriate test for gastric neoplasms is abdominal ultrasound. The treatment is by surgical resection with a good prognosis when postoperative complications do not occur, even for malignant tumors if excision is complete, that is, absence of tumor cells in the margins of the resected tissue (Carvalho et al., 2016). Microscopically, this neoplasm is characterized by proliferation of smooth muscle cells, presenting eucromatic pavement nuclei, a broad, moderately abundant and amphiphilic cytoplasm, with indistinct borders, and the cells are homogeneous. In the special staining of Masson and Picrosirius trichrome, no collagen is evidenced as the primary component of the neoplasia. There may be infiltration of the neoplasm in the adjacent mucosa.

    Canino, estômago, macho, poodle, 8 anos e 1 mês.

    Imagem 1: peça cirúrgica com 6X6,5X2,5 cm apresentando nódulo com 3X2X3 cm, brancacento, irregular e firme.

    Imagem 2: peça cirúrgica com 6X6,5X2,5 cm apresentando nódulo com 3X2X3 cm, brancacento, irregular e firme.

    Imagem 3: Fragmento com proliferação de células de músculo liso da muscular externa em direção à mucosa. Leiomioma, aumento de 100x em H&E.

    Imagem 4: Proliferação formada por células de músculo liso, apresentando núcleos pavimentosos eucromáticos, citoplasma amplo e anfofílico, moderadamente abundante de bordos indistintos, as células apresentam formato homogêneo. Leiomioma, aumento de 400x em H&E.

    Imagem 5: Na coloração especial de Tricrômico de Masson não foi evidenciado colágeno como componente primário da neoplasia. Leiomioma, aumento de 400x em Tricrômico de Masson.

     


Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.