Patologia Veterinária
  • Helicobacter spp.

    Publicado em 13/08/2024 às 17:26

    As helicobactérias pertencem ao gênero Helicobacter, são bactérias gram-negativas, espiraladas e flageladas que apresentam tropismo específico pelo tecido entérico, principalmente epitélio gástrico, não colonizando o epitélio intestinal.  A espécie-tipo Helicobacter pylori leva a gastrite crônica persistente e doença ulcerosa péptica em humanos, também tendo sido isolada de tecido gástrico inflamado de gatos em gatis. Outras helicobactérias foram associadas à gastrite em vários hospedeiros mamíferos, dos quais muitos apresentam inflamação gástrica assintomática, Helicobacter rappini,  Helicobacter felis,  Helicobacter bizzozeronii,  Helicobacter salomonis Helicobacter bilis foram isoladas do estômago de cães e as espécies-tipo H. felis, Helicobacter pametensis e Helicobacter baculiformis em gatos.

    O diagnóstico é dado através de biópsia gástrica e avaliação histológica utilizando corante especial de prata (Warthin-Starry) para evidenciar as espiroquetas, além disso, para o diagnóstico definitivo recomenda-se a realização de cultura e isolamento da espécie-específica de Helicobacter. Porém, para alguns tipos de helicobactérias, como H. heilmannii e H. felis, o isolamento tende a ser extremamente difícil, na prática os achados histológicos de alterações inflamatórias em conjunto com a visualização de microrganismos espiralados na mucosa gástrica são utilizados para estabelecer o diagnóstico.

    Imagem 1: mucosa gástrica apresentando estruturas espiraladas. Coloração: Warthin-Starry; Objetiva: 100x.

    Imagem 2: mucosa gástrica apresentando estruturas espiraladas. Coloração: Warthin-Starry; Objetiva: 100x.

    Referências

    GREENE, Craig E.. Doenças infecciosas em cães e gatos. 4. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. 2836 p.

     


  • Parvovirose canina

    Publicado em 16/05/2024 às 22:38

    A Parvovirose é uma doença infectocontagiosa que acomete cães, sendo considerada uma das causas mais comuns de diarreia em cães com menos de 6 meses de idade, no entanto cães de qualquer idade podem ser acometidos. É causada pelo parvovírus canino (CPV), vírus DNA de fita simples, não envelopado e com tamanho médio de 25nm.  Sua transmissão ocorre a partir do contato via fecal-oral de forma direta ou indireta com fezes de cães infectados ou através de fômites.

    O vírus possuí tropismo por tecido linfoide, medula óssea e epitélio intestinal, e em cães com menos de seis semanas de idade ou durante a gestação, pode infectar o miocárdio.  A infecção leva a um quadro de enterite que cursa com anorexia, êmese, diarreia, desidratação e morte em casos mais agudos. Cães com miocardite apresentam insuficiência cardíaca aguda, fraqueza, taquicardia, pulso fraco, palidez e edema pulmonar, alguns colapsam e morrem antes de apresentarem sinais clínicos. Observa-se diferenças nas respostas clínicas de cães à infecção intestinal causada pelo CPV, que varia de infecção inaparente a doença aguda fatal.

    Na macroscopia são observadas lesões mais pronunciadas em intestino delgado, a parede intestinal apresenta alteração de cor em segmentos e fibrina aderida na superfície serosa.  Há espessamento de paredes intestinais pela congestão de subserosa e edema da camada mucosa. O lúmen intestinal pode estar vazio ou apresentando fezes amarelo-acinzentadas e com estrias de sangue ou escurecidas por ele. Há aumento e edema de linfonodos torácicos e abdominais. Quando presente, a miocardite é reconhecida por faixas pálidas em nível de miocárdio.

    As alterações microscópicas são caracterizadas por necrose do epitélio das criptas do intestino delgado, as vilosidades estão encurtadas devido a ausência de substituição de epitélio pelas células de maturação das criptas, o que resulta no colapso da lâmina própria.  Nos órgãos linfoides observa-se depleção linfocitária ou necrose centro-folicular. Ainda, podem ser encontrados corpúsculos de inclusão intranucleares em células epiteliais do trato gastrointestinal superior.  No coração, as lesões consistem em uma miocardite não supurativa com infiltração multifocal de linfócitos e plasmócitos.

    Para fins diagnósticos considera-se o histórico e sinais clínicos, o diagnóstico laboratorial da infecção pelo CPV-2 baseia-se na detecção de antígenos virais nas fezes dos animais acometidos, pela demonstração de títulos elevados de anticorpos contra parvovírus canino e por necropsia e histopatologia.

     

    Imagem 1: Mucosa intestinal com aspecto coriáceo e material fibrilar, canino, macho, SRD, jovem.

    Imagem 2: Mucosa intestinal com aspecto coriáceo e material fibrilar, canino, macho, SRD, jovem.

    Imagem 3: Intestino delgado, enterite necro-hemorrágica multifocal acentuada, canino, macho, SRD, 1 ano. Coloração: HE; Objetiva: 10x.

    Imagem 4: Intestino delgado, enterite necro-hemorrágica multifocal acentuada, canino, macho, SRD, 1 ano. Coloração: HE; Objetiva: 40x.

    Referências

    GREENE, Craig E.. Doenças infecciosas em cães e gatos. 4. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. 2836 p.

    MELO, Tuane Ferreira. Parvovirose canina: uma revisão de literatura. 2021. Disponível em: https://sustenere.inf.br/index.php/naturalresources/article/view/6110/3210. Acesso em: 25 abr. 2024.


  • Histomoníase em aves

    Publicado em 19/04/2024 às 17:20

    A histomoníase é uma doença parasitária causada pelo protozoário Histomonas maleagridis que afeta ceco e fígado de diversas espécies de aves, é caracterizada pelo surgimento de focos necróticos em fígado e ulcerações nos cecos. A infecção ocorre naturalmente em galinhas, codornas, faisões, galinha d’angola e outros galináceos, porém os perus são os hospedeiros mais susceptíveis a desenvolver o quadro clínico da doença. Galinhas e pintos não apresentam sinais clínicos e atuam como portadores da doença, eliminando o parasito no ambiente.

    Na infecção natural os parasitos são eliminados no ambiente através dos ovos do helminto Heterakis gallinarum, presente nos cecos das galinhas, o que ajuda em sua sobrevivência no ambiente. A ingestão desses ovos contaminados com Histomonas levam o protozoário até os cecos e fígado. Animais infectados apresentam apatia, sonolência, asas caídas, cabeça baixa, emagrecimento, andar relutante, diarreia intensa amarelada ou cor de enxofre e cianose da cabeça (devido à estase sanguínea) e a evolução para a morte ocorre entre 1- 3 semanas.

    As lesões macroscópicas são características, sendo observado um fígado aumentado e com manchas circulares, acinzentadas ou amareladas, com aparência de um duplo anel marginal com depressão central e cecos inflamados e aumentados de volume, com as paredes ulceradas e espessadas e com conteúdo caseoso no lúmen. Microscopicamente observa-se áreas de necrose e infiltrado inflamatório, além da visualização do protozoário nas paredes do ceco e nos focos de necrose do fígado.

    O diagnóstico é feito a partir do histórico do lote, sinais clínicos e lesões macroscópicas nos cecos e fígado das aves, sendo confirmado através do exame histopatológico pela visualização de estruturas circulares com núcleo eosinofílico e alo claro compatíveis com Histomonas sp. A profilaxia envolve medidas de manejo, não misturar diferentes espécies de aves no mesmo ambiente, como galinhas e perus, e realizar a administração de anti-helmínticos nos animais.

    Imagem 1: Pavão, ceco, tiflite necrohemorrágica difusa acentuada.

    Imagem 2: Pavão, ceco, mucosa cecal contendo grande quantidade de debris celulares, células inflamatórias e estruturas circulares com núcleo eosinofílico e alo claro. Coloração: HE; Objetiva: 40x.

    Referências:

    BERCHIERI JÚNIOR, Angelo et al. Doenças das aves. 2. ed. Campinas: Facta, 2009. 1577 p.
    SANTOS, H. F. et al. Doenças das Aves. LEXINGTON: Kindle Direct Publishing, 2018. Pag. 168 – 171.


  • Intoxicação por sal em suínos

    Publicado em 29/08/2023 às 23:52

    A intoxicação por sal em suínos é o problema não infeccioso mais comum na suinocultura. É descrita na literatura desde o século XIV, onde os suínos apresentavam sinais neurológicos, entretanto, a causa da intoxicação ainda não havia sido esclarecida. Somente após o século XX, foram descobertas as causas de sinais neurológicos em suínos – associados com a ingestão de sal na dieta- e, por isso, foram realizados diversos experimentos para avaliar as doses tóxicas nesses animais.

    O sal na dieta dos suínos é um mineral vital para o desenvolvimento dos animais, principalmente nas fases iniciais da vida. O sódio, presente no sal, atua principalmente no sistema nervoso, auxiliando nos impulsos nervosos,  e no sistema muscular, colaborando com a contração muscular e no ganho de musculatura. Devido à isso, para que os efeitos do sódio na dieta sejam positivos, esse mineral deve estar presente em no máximo 2% da dieta dos suínos.

    A intoxicação ocorre quando há o fornecimento de sal em excesso ou quando está sendo fornecido de forma adequada, porém com falta de administração de água. O sal em excesso, causará um aumento nas concentrações de sódio na circulação sanguínea, caracterizando um quadro de hipernatremia. Por sua vez, o sódio em excesso na circulação tem a tendência de de atrair a água, logo, as células desidratam pelo processo de osmose (água flui do meio menos concentrado para o mais concentrado). Esse desequilíbrio osmótico, desencadeia em um aumento de líquidos na circulação, que atinge o sistema nervoso, ocorrendo um edema cerebral.

    Os sinais clínicos incluem hiperexcitabilidade, convulsões, distúrbios de comportamento, sialorréia, falta de reflexos, opistótono, tremores, incoordenação motora, decúbito lateral ou esternal, head-preassing e movimentos de pedalagem.

    Não existe tratamento curativo para essa intoxicação. Recomenda-se fazer tratamento de suporte como fluidoterapia em animais com sinais clínicos leves e no estágio avançado da intoxicação, com sinais neurológicos, devem ser abatidos. Deve-se priorizar remover a fonte da intoxicação e fornecer a quantidade de água adequada aos animais. A etiologia da intoxicação por sal é variada e inclui: ração com excesso de sódio, soro de leite como fonte hídrica, poças d’água, resíduos de alimentação humana, etc.

    Visto que os sinais neurológicos dessa intoxicação são comuns de várias outras patologias, deve-se descartar as possíveis causas, incluindo doenças infectocontagiosas e zoonoses como: Raiva, encefalites, meningites virais por Circovírus, meningites bacterianas por Salmonela sp. ou E. coli, Doença de Aujeszky, Doença de Glasser.

    A realização da necropsia tem papel fundamental como diagnóstico, por meio da visualização das lesões em macroscopia e posteriormente, em microscopia. As lesões são vistas no encéfalo, onde há presença de áreas amareladas a esverdeadas, caracterizando uma malácia, além de achatamento das circunvoluções (por causa do edema, que pressiona o órgão sob a caixa craniana). Na coloração de rotina, hematoxilina-eosina (HE), é possível visualizar neurônios diminuídos, com citoplasma hipereosinofílico e com núcleos picnóticos (necrose neuronal).

    Referências:

    BRUM, Juliana S; NOGUEIRA, José; LUCENA, Ricardo B; et al. Intoxicação por sal em suínos: aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos e breve revisão de literatura. v. 33, n. 7, p. 890–900, 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/pvb/a/sQFFWy5CsJDLZ8cQSqdc9Yz/#>. Acesso em: 16 jun. 2023.

    Silva, Luis; Delazeri, Ribeiro; Resende, Arthur; Assis, Ísis; Nascimento, Eric. Aspectos clínicos da intoxicação por sal em suínos. Disponível em: <file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/INTOXICA%C3%87%C3%83O+POR+SAL+EM+SU%C3%8DNOS.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2023

    LOSS, Daiene Elisa et al. Intoxicação por sal em suínos. Salão de Iniciação Científica (17.: 2005: Porto Alegre). Livro de resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2005., 2005. Acesso em: 17 jun. 2023.

    DELAZERI, Luis Felipe Silva Ribeiro et al. Aspectos Clínicos da Intoxicação por Sal em Suínos. Anais da Semana Universitária e Encontro de Iniciação Científica (ISSN: 2316-8226), v. 1, n. 1, 2022. Acesso em: 17 jun. 2023.

    Salt poisoning in pigs

    Salt poisoning in pigs is the most common non-infectious problem in pig farming. It is described in the literature since the 14th century, where pigs showed neurological signs, however, the cause of intoxication had not yet been clarified. Only after the 20th century, the causes of neurological signs in pigs – associated with salt intake in the diet – were discovered and, therefore, several experiments were carried out to assess the toxic doses in these animals.

    Salt in the diet of pigs is a vital mineral for animal development, especially in the early stages of life. Sodium, present in salt, acts mainly on the nervous system, helping with nerve impulses, and on the muscular system, collaborating with muscle contraction and muscle gain. Because of this, for the effects of sodium in the diet to be positive, this mineral must be present in a maximum of 2% of the pigs’ diet.

    Intoxication occurs when salt is supplied in excess or when it is being supplied adequately, but with a lack of water. Excessive salt will cause an increase in sodium concentrations in the bloodstream, characterizing hypernatremia. In turn, excess sodium in the circulation tends to attract water, so the cells dehydrate through the process of osmosis (water flows from a less concentrated medium to a more concentrated one). This osmotic imbalance triggers an increase in fluids in the circulation, which affects the nervous system, causing cerebral edema.

    Clinical signs include hyperexcitability, seizures, behavioral disturbances, sialorrhea, lack of reflexes, opisthotonos, tremors, motor incoordination, lateral or sternal recumbency, head-preassing and pedaling movements.

    There is no curative treatment for this intoxication. It is recommended to carry out supportive treatment such as fluid therapy in animals with mild clinical signs and in the advanced stage of intoxication, with neurological signs, they must be slaughtered. Priority should be given to removing the source of intoxication and providing the animals with adequate water. The etiology of salt intoxication is varied and includes: feed with excess sodium, whey as a water source, water puddles, human food waste, etc.

    Since the neurological signs of this intoxication are common in several other pathologies, possible causes must be ruled out, including infectious diseases and zoonoses such as: Rabies, encephalitis, viral meningitis due to Circovirus, bacterial meningitis due to Salmonella sp. or E. coli, Aujeszky’s Disease, Glasser’s Disease.

    Carrying out a necropsy plays a fundamental role as a diagnosis, through the visualization of the lesions in macroscopy and later, in microscopy. The lesions are seen in the brain, where there are yellowish to greenish areas, characterizing a malacia, in addition to flattening of the convolutions (due to the edema, which presses the organ under the cranial box). In routine staining, hematoxylin-eosin (HE), it is possible to visualize diminished neurons, with hypereosinophilic cytoplasm and with pyknotic nuclei (neuronal necrosis).

    References:

    BRUM, Juliana S; NOGUEIRA, José; LUCENA, Ricardo B; et al. Salt poisoning in swine: epidemiological, clinical and pathological aspects and brief literature review. v. 33, no. 7, p. 890–900, 2013. Available at: <https://www.scielo.br/j/pvb/a/sQFFWy5CsJDLZ8cQSqdc9Yz/#>. Accessed on: 16 June. 2023.

    Silva, Luis; Delazeri, Ribeiro; Resende, Arthur; Assis, Isis; Birth, Eric. Clinical aspects of salt poisoning in pigs. Available at: <file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/INTOXICA%C3%87%C3%83O+POR+SAL+EM+SU%C3%8DNOS.pdf>. Accessed on: 16 June. 2023

    LOSS, Daiene Elisa et al. Salt poisoning in pigs. Scientific Initiation Salon (17.: 2005: Porto Alegre). Abstract book. Porto Alegre: UFRGS, 2005., 2005. Accessed on: 17 jun. 2023.

    DELAZERI, Luis Felipe Silva Ribeiro et al. Clinical Aspects of Salt Intoxication in Pigs. Annals of the University Week and Scientific Initiation Meeting (ISSN: 2316-8226), v. 1, no. 1, 2022. Accessed on: 17 Jun. 2023.


  • Ocorrência de linfomas em felinos FeLV positivos atendidos pelo LaboPaVe entre os anos 2014-2022

    Publicado em 31/05/2023 às 22:08

    A leucemia viral felina, ou popularmente conhecida como FeLV, é uma doença de origem viral que atinge gatos domésticos e, esporadicamente, felinos silvestres. Os gatos adquirem o vírus por meio do contato com secreções de felinos já infectados com o vírus, através de mordeduras ou higiene por lambedura mútua. A transmissão também pode ocorrer por fezes, urina e colostro de animais contaminados, entretanto essas formas são mais raras.
    O vírus da FeLV é envelopado, logo é facilmente controlado e eliminado do ambiente com o uso de desinfetantes comuns. Existem diversos subtipos do vírus (A, B, C e T), sendo cada subtipo causando um quadro diferente da doença. A apresentação clínica dos linfomas na FeLV são originados do subtipo B, associados a idade dos animais, geralmente ocorrendo mais em animais de meia-idade e adultos.
    A distribuição da FeLV é mundial,, sendo que a prevalência aumenta em gatos jovens e populações onde há alta densidade de gatos. Após a infecção, os animais podem apresentar um quadro regressivo ou progressivo da doença. O sinais clínicos cursam com anemia, imunosupressão, neoplasias e leucemia. Dessa forma, os gatos positivos para a FeLV possuem o sistema imune comprometido, sendo assim, qualquer outro tipo de doença pode causar mais debilidade que o comum, aos animais.
    Na medula óssea dos animais infectados, ocorre mielodestruição, ou seja, destruição de células sanguíneas e imunes, o que explica a anemia e o comprometimento do sistema imune, causando infecções recorrentes por outros agentes. Outros sinais em sua grande parte são inespecíficos (como apatia, febre, vômitos).
    O linfoma é uma neoplasia originada no tecido linfoide, com grande importância para os gatos, devido a associação com a infecção pelos vírus da Leucemia Felina (FeLV). Essas neoplasias iniciam-se no tecido linfoide e podem se espalhar no organismo, atingindo qualquer órgão ou tecido. As formas mais comuns do linfoma são as: multicêntrica (envolve linfonodos, baço, fígado e/ou a medula óssea) e a mediastínica (tumores solitários no mediastino cranial), porém outras formas podem ocorrer, como o alimentar (tumores gastrintestinais e linfonodo associado) e o extranodal (afetam outros locais).
    Não existe cura e tratamento específico para a FeLV, no entanto é relatado que alguns animais podem ter remissões da doença. Logo, a profilaxia é a melhor conduta a se tomar, por meio da vacinação. Além disso, deve-se ter cuidado com gatos não vacinados para a FeLV, para que esses possuam acesso reduzido a rua e a outros gatos não vacinados, pois isso aumenta a chance de transmissão e contágio da FeLV.
    Caso algum tutor já tenha o diagnóstico positivo para a FeLV em seu gato, é essencial que tenha-se atenção e cuidados especiais com seu animal. Deve-se manter o animal isolado de outros gatos, impedir acesso à rua e ter atenção com compartilhamento de objetos, para evitar a transmissão. Ainda, é essencial realizar acompanhamento com um(a) médico(a) veterinário(a) além dos exames periódicos, a fim de avaliar a progressão, regressão ou presença de outras enfermidades que possam vir a debilitar mais o gatinho.
    Para visualizar a microscopia e os gráficos de levantamento acessar o seguinte link: https://www.instagram.com/p/Cs4wKjQLijS/
    REFERÊNCIAS:
    LIBERATO, Patrícia; BRUNA LOPES CARDOSO; BRENO AGUIAR SALZEDAS; et al. Linfoma multicêntrico em felino doméstico: Relato de caso. v. 14, n. 9, p. 1–6, 2020. Disponível em: <https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/365>. Acesso em: 31 maio 2023.

    GASPAR, Taís; GRIMA DE CRISTO, Thierry; BONATTO, Gustavo; et al. Página 1 de 2 CARACTERIZAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA DOS LINFOMAS EM GATOS E A ASSOCIAÇÃO COM OS VÍRUS DA LEUCEMIA (FELV) E DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA (FIV). [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: <https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/10568/41_Renata_Assis_Casagrande

    ___Ta_s_Gaspar_15656281009931_10568.pdf>. Acesso em: 31 maio 2023.
    ALMEIDA, T.M; R.P. SILVA FILHO; RODRIGUES, I L; et al. Linfoma leucemizado em felino coinfectado com os vírus da imunodeficiência felina e da leucemia felina: relato de caso. v. 71, n. 1, p. 219–224, 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/abmvz/a/HttxsGFCNGfyQffsLrNTn9S/?lang=pt>. Acesso em: 31 maio 2023.

    Occurrence of lymphomas in FeLV positive cats treated by Labopave between the years 2014-2022

    Feline viral leukemia, or popularly known as FeLV, is a disease of viral origin that affects domestic cats and, sporadically, wild felines. Cats acquire the virus through contact with feline secretions already infected with the virus, through bites or hygiene by mutual licking. Transmission can also occur through feces, urine and colostrum of contaminated animals, but these forms occur more rarely.

    FeLV viruses are enveloped, so they are easily controlled and eliminated from the environment, with common disinfectants for example. There are several subtypes of the virus (A, B, C and T), each subtype causing a different picture of the disease. The clinical presentation of lymphomas in FeLV originates from subtype B, associated with the age of the animals, generally occurring more in middle-aged and adult animals.
    The distribution of FeLV is worldwide, with the prevalence increasing in young cats and populations where there is a high density of cats. After infection, animals may present a regressive or progressive disease. Clinical signs course with anemia, immunosuppression, neoplasms and leukemia. In this way, cats positive for FeLV have a compromised immune system, so any other type of disease can cause the animals to be very weak.
    Myelodestruction occurs in the bone marrow of infected animals, that is, destruction of blood and immune cells, which explains the anemia and compromised immune system of animals, causing recurrent infections by other agents. Other signs are largely nonspecific (such as apathy, fever, vomiting).
    Lymphoma is a neoplasm originating in the lymphoid tissue with great importance for cats due to the association with infection by the Feline Leukemia Virus (FeLV). These neoplasms start in the lymphoid tissue and can spread throughout the body, reaching any organ or tissue. The most common forms of lymphoma are: multicentric (involving lymph nodes, spleen, liver and/or bone marrow) and mediastinal (solitary tumors in the cranial mediastinum), but other forms can occur, such as alimentary (gastrointestinal tumors and associated lymph node ) and extranodal (affecting other sites).
    There is no cure and specific treatment for FeLV, however it is reported that some animals may have remissions of the disease. Therefore, prophylaxis is the best course of action through vaccination. In addition, care must be taken with unvaccinated cats for FeLV, so that they have reduced access to the street and to other unvaccinated cats, as this increases the chance of transmission and contagion of FeLV.
    If any tutor already has a positive diagnosis for FeLV in your cat, it is essential that you have special attention and care for your animal. The animal must be kept isolated from other cats, prevent access to the street and be careful with sharing objects, to avoid transmission. In addition, it is essential to follow up with a veterinarian in addition to periodic examinations, in order to assess the progression, regression or presence of other illnesses that may further weaken the kitten.
    To view the microscopy and survey graphs, access the following link: https://www.instagram.com/p/Cs4wKjQLijS/
    REFERENCES:
    LIBERATO, Patricia; BRUNA LOPES CARDOSO; BRENO AGUIAR SALZEDAS; et al. Multicentric lymphoma in a domestic feline: case report. v. 14, no. 9, p. 1–6, 2020. Available at: <https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/365>. Accessed on: May 31, 2023.

    GASPAR, Taís; GRIMA DE CRISTO, Thierry; BONATTO, Gustavo; et al. Page 1 of 2 ANATOMOPATHOLOGICAL CHARACTERIZATION OF LYMPHOMAS IN CATS AND THE ASSOCIATION WITH LEUKEMIA VIRUSES (FELV) AND FELINE IMMUNODEFICIENCY VIRUSES (FIV). [s.l.: s.n., s.d.]. Available at: <https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/10568/41_Renata_Assis_Casagrande

    ___Ta_s_Gaspar_15656281009931_10568.pdf>. Accessed on: May 31, 2023.
    ALMEIDA, T.M; R.P. SILVA FILHO; RODRIGUES, I L; et al. Feline leukemic lymphoma coinfected with feline immunodeficiency virus and feline leukemia virus: case report. v. 71, no. 1, p. 219–224, 2019. Available at: <https://www.scielo.br/j/abmvz/a/HttxsGFCNGfyQffsLrNTn9S/?lang=pt>. Accessed on: May 31, 2023.


  • RELATO DE CASO: ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS DE MENINGIOMA FIBROSO EM CANINO

    Publicado em 14/10/2022 às 23:57

    Resumo

    Meningiomas são os neoplasmas encefálicos mais comuns do sistema nervoso central em cães, porém o subtipo fibroso é incomum. Essa neoplasia pode ser dividido em subtipos histológicos, que são classificações utilizadas tanto em animais quanto nos seres humanos, são eles: meningotelial, fibroblástico, transicional, psamomatoso, papilar, microcístico, mixóide, angiomatoso e anaplásico. Esse neoplasma não tem predileção por sexo, mas tem predileção por idade, acomentendo geralmente animais com mais de 7 anos. Além disso, acomete com mais frequência cães da raça Golden retriever, Boxer, Schnauzer miniatura e sem raça definida. O objetivo deste relato é descrever o caso de um meningioma fibroso diagnosticado no Laboratório de Patologia Veterinária (LABOPAVE) em Curitibanos, Santa Catarina. O caso ocorreu em um canino, fêmea, com 5 anos de idade e sem raça definida. O animal começou a apresentar crises epilépticas, estrabismo e déficit no reflexo de ameaça no olho esquerdo, após isso foi a óbito e o cadáver foi encaminhado para necropsia no LABOPAVE. Ao realizar a necropsia foi evidenciado no encéfalo, no lobo piriforme direito, um nódulo rugoso  medindo 2,5 cm x 2,0 cm x 1,5 cm, na histopatologia foi observado meningioma com fibroblasto em redemoinhos ao redor de vasos, os fibroblastos com pleomorfismo moderado, apresentando núcleos variando de ovalado a fusiforme, eucromáticos com citoplasma fibrilar e levemente eosinofílico. O meningioma fibroso relatado é pouco descrito na literatura, visto que é raro. 

    Palavras-chave: histopatológico, meningioma, necropsia, neurológico.

    1. Introdução 

    Meningiomas são os neoplasmas encefálicos mais comuns do sistema nervoso central em cães (Chaves et al., 2016). A origem mais comum da neoplasia é na aracnóide, porém pode originar-se de qualquer uma das três meninges. O meningioma pode ser dividido em subtipos histológicos, que são classificações utilizadas tanto em animais quanto nos seres humanos, são eles: meningotelial, fibroblástico, transicional, psamomatoso, papilar, microcístico, mixóide, angiomatoso e anaplásico. Não há predileção por sexo, porém há predileção racial, sendo o Golden retriever, Boxer, Schnauzer miniatura e sem raça definidas acometidos com mais frequência. Geralmente são tumores únicos e desenvolvem-se em cães acima de 7 anos de idade.

    Os sinais neurológicos vão depender da localização, tamanho e taxa de crescimento do tumor, sendo mais comum convulsões focais ou generalizadas, síndrome vestibular, cegueira, dor em região cervical, anisocoria, tremores de cabeça e regurgitação (Pereira et al., 2018).

    O diagnóstico definitivo é realizado apenas através de exame histopatológico e classificação histológica, material oriundo de necropsia ou biopsia. A ressonância magnética e a tomografia computadorizada  permitem a análise do parênquima encefálico e medular, porém não possibilitam a distinção do tipo do tumor devido a padrões muito semelhantes apresentados entre as neoplasias (Marcasso et al., 2015).

    A combinação de exérese cirúrgica e radioterapia é relatada como o tratamento mais efetivo, porém nem sempre é possível porque são poucos os centros veterinários que dispõem de radioterapia (Conti et al., 2010). A utilização de quimioterápicos para tratamento de neoplasias intracranianas é ineficaz, devido à limitada penetração pela barreira hematoencefálica e baixa sensibilidade das neoplasias intracranianas aos agentes quimioterápicos. Pode-se realizar tratamento paliativo com corticoides e anticonvulsivantes para diminuir os sinais clínicos, no entanto o prognóstico é desfavorável a longo prazo (Chaves et al., 2016).

     

    • Metodologia

     

    Realizou-se uma necropsia no Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) campus Curitibanos. A necropsia foi realizada em canino, fêmea, com 5 anos e sem raça definida. O animal começou a apresentar crises epilépticas, foi tratado com levetiracetam por 14 dias, após isso, retornou com crises epilépticas novamente e no exame neurológico foi observado estrabismo e déficit no reflexo de ameaça no olho esquerdo. O paciente foi encaminhado para ressonância magnética, porém, antes de começar o exame, o animal apresentou rigidez nos membros e teve parada cardiorrespiratória que foi tentado reverter, mas o animal foi a óbito. O cadáver foi encaminhado para necropsia cosmética no LABOPAVE.

     

    • Resultados e Discussão

     

    Durante a necropsia, foi possível evidenciar no encéfalo, no lobo piriforme direito, um nódulo rugoso medindo 2,5 cm x 2,0 cm x 1,5 cmm (imagem 1 e 2), que na análise histopatológica foi observado fibroblastos em redemoinhos ao redor de vasos ((imagem 3), os fibroblastos com pleomorfismo moderado, apresentando núcleos variando de ovalado a fusiforme, eucromáticos com citoplasma fibrilar e levemente eosinofílico (imagem 4), compatível com meningioma. Na periferia do tumor havia presença de focos de infiltrado linfocítico. No hipocampo, pedúnculo cerebelar e cerebelo havia vacuolização da substância branca e vasos repletos de hemácias (congestão). No mesencéfalo havia infiltrado perivascular de linfócitos, vacuolização da substância branca e vasos repletos de hemácias (congestão). Devido ao achados microscópicos, o tumor foi classificado como meningioma fibroso e foi a causa do óbito do animal.

    Imagem 1: canino, encéfalo, nódulo rugoso no lobo piriforme direito. 

    Imagem 2: canino, encéfalo, nódulo rugoso no lobo piriforme direito.

    Imagem 3: canino, encéfalo, meningioma fibroso apresentando fibroblastos em redemoinhos ao redor de vasos (setas), os fibroblastos com pleomorfismo moderado, apresentando núcleos variando de ovalado a fusiforme, eucromáticos com citoplasma fibrilar e levemente eosinofílico. Coloração: HE; Objetiva: 10x.

    Imagem 4: canino, encéfalo, fibroblastos com pleomorfismo moderado, apresentando núcleos variando de ovalado a fusiforme, eucromáticos com citoplasma fibrilar e levemente eosinofílico. Coloração: HE; Objetiva: 40x.

    1. Conclusões

    Infere-se que, o animal veio a óbito devido ao meningioma fibroso. Foi possível realizar o diagnóstico através da histopatologia, demonstrando a importância da necropsia  com o propósito de descobrir a causa mortis e também, para gerar materiais de estudo, visto que é uma doença pouco descrita na literatura. 

     

    Referências Bibliográficas:

    MARCASSO, Rogério A. et al. Meningiomas em cães: aspectos clínicos, histopatológicos e imuno-histoquímicos. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 35, p. 844-852, 2015.

    CHAVES, Rafael Oliveira et al. Meningioma encefálico em cães. Acta Scientiae Veterinariae, v. 44, p. 1-5, 2016.

    PEREIRA, Lourival Barros de Sousa Brito et al. Meningioma canino: Relato de caso. Medicina Veterinária e Zootecnia, 2017.

    DINIZ, Sylvia de Almeida. Neoplasias intracranianas em cães: uma abordagem diagnóstica. 2007. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

    CONTI, Jorge Piovesan et al. Tratamento cirúrgico de um caso de meningioma cortical frontal em cão: relato de caso. Veterinária e Zootecnia, p. 490-496, 2010.


  • Tuberculose em amostra de carne bovina

    Publicado em 18/07/2022 às 1:37

    A tuberculose bovina é uma zoonose de evolução crônica causada pelo Mycobacterium
    bovis, que pertence ao complexo Mycobacterium tuberculosis. Caracteriza-se pelo
    desenvolvimento de lesões granulomatosas nodulares, denominadas tubérculos, as quais
    podem estar localizadas em qualquer órgão, mas com distribuição predominante no trato
    respiratório e nos gânglios linfáticos bronquiais e mediastínicos (MENIN, A., 2021).
    O nome produtivo deriva de que as células constituintes do granuloma são produzidas ou se
    diferenciam no local, a partir de monócitos do sangue. A reação produtiva, como a
    exsudativa, pode resultar em extensa necrose caseosa (UNICAMP, 2006).
    A identificação de alterações anatomopatológicas sugestivas de tuberculose durante a
    inspeção post mortem nos matadouros-frigoríficos, juntamente com a realização dos
    métodos diretos de diagnóstico da infecção, são importantes ferramentas na vigilância
    epidemiológica.
    De acordo com o relatório da tuberculose da Organização Mundial da Saúde, afirma que por
    volta de 1,5 milhão de pessoas morreram por conta da doença em 2020, mais do que em
    2019, ao analisar a resposta epidêmica em 197 países e regiões (BRASIL, 2021).
    E, ainda estima-se que cerca de 4,1 milhões de pessoas atualmente sofrem de tuberculose,
    porém, não foram diagnosticadas com a doença ou não foram notificadas oficialmente às
    autoridades nacionais.
    A inspeção post mortem consiste no exame macroscópico de todos os órgãos e tecidos do
    animal abatido, abrangendo a observação e apreciação de seus caracteres externos, a
    palpação e abertura dos linfonodos correspondentes, além de cortes sobre os órgãos,
    quando necessário.
    Foi remetida uma amostra de carne comprada em um supermercado onde uma
    consumidora detectou presença de nódulos. A mesma encaminhou o nódulo ao laboratório
    de Patologia Veterinária para análise histopatológica.
    A amostra foi corada em HE onde se visualizou a presença de granulomas formados por
    áreas centrais de calcificação distrófica circundadas por linfócitos, macrófagos, macrófagos
    epitelióides, células gigantes e uma cápsula de tecido conjuntivo. Posteriormente, a amostra
    foi submetida à coloração de Ziehl-Neelsen, o que confirmou a presença de bacilos
    álcool-ácido resistentes (BAAR).

    ENGLISH

    Bovine tuberculosis is a zoonosis of chronic evolution caused by Mycobacterium bovis,
    which belongs to the Mycobacterium tuberculosis complex. It is characterized by the
    development of nodular granulomatous lesions, called tubercles, which can be located in
    any organ, but with a predominant distribution in the respiratory tract and in the bronchial
    and mediastinal lymph nodes.
    The name derives from the fact that the cells constituting the granuloma are produced or
    differentiated locally from blood monocytes. A productive reaction, such as an exudative can
    result in extensive caseous necrosis.
    The identification of pathological changes suggestive of tuberculosis during post-mortem
    inspection in slaughterhouses, together with the performance of direct methods of diagnosis
    of infection, are important tools in epidemiological surveillance.
    According to the World Health Organization’s tuberculosis report, it states that around 1.5
    million people died from the disease in 2020, more than in 2019, when analyzing the
    epidemic response in 197 countries and regions.
    In addition, it is still estimated that about 4.1 million people currently suffer from tuberculosis,
    however, they have not been diagnosed with the disease or have not been officially notified
    to national authorities.
    Post-mortem inspection consists of the macroscopic examination of all organs and tissues of
    the slaughtered animal, covering the observation and appreciation of its external
    characteristics, palpation and opening of the corresponding lymph nodes, in addition to cuts
    on the organs, when necessary.
    A sample of meat purchased at a supermarket was sent where a consumer detected the
    presence of nodules. She referred the nodule to the Veterinary Pathology laboratory for
    histopathological analysis.
    The sample was stained in HE, where the presence of granulomas formed by central areas
    of dystrophic calcification surrounded by lymphocytes, macrophages, epithelioid
    macrophages, giant cells and a connective tissue capsule was visualized. Subsequently, the
    sample was submitted to Ziehl-Neelsen staining, which confirmed the presence of
    alcohol-acid resistant bacilli (AFRB).

    Referências:
    BRASIL, Nações Unidas. Mortes por tuberculose aumentam pela primeira vez em uma década. 2021. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/151808-mortes-por-tuberculose-aumentam-pela-primeira-vez-em-uma-decada. Acesso em: 03 fev. 2022.
    FCM-UNICAMP. Linfadenite tuberculosa: (exemplo de reação produtiva) Lam. A. 63. Elaborado pelo Departamento de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/laminfl14.html. Acesso em: 03 fev. 2022.

    MENIN, Álvaro. Tuberculose em animais. Curitibanos. UFSC, 2021. Son., color.

    Para visualização das imagens histológicas, acessar link do Instagram: https://www.instagram.com/p/CgIYJjErq-a/?igshid=MDJmNzVkMjY=


  • Raiva em bovino: Relato de caso

    Publicado em 06/12/2021 às 23:33

    Bovino, macho, Simental, 5 anos, histórico de emagrecimento, apatia, animal permaneceu em
    decúbito e foi realizada a eutanásia, havia sido medicado para tristeza parasitária.

    A raiva é causada pelo vírus Rabdovírus, é uma das zoonoses de maior importância na saúde pública
    e é transmitida por morcegos hematófagos. É uma doença infecciosa produzida por um vírus que
    afeta predominantemente os mamíferos, sendo disseminada pela mordida de um animal infectado,
    embora a contaminação de feridas cutâneas pela saliva recente possa resultar na infecção. Após
    penetrar na corrente sanguínea, o vírus ataca os nervos, segue o curso destes até chegar na medula
    espinhal e atingir o cérebro. A doença se apresenta de duas formas, a forma paralítica e a forma
    furiosa. Não há tratamento para essa enfermidade, sendo todos os casos fatais. Como controle,
    deve-se prevenir a exposição e realizar a vacinação dos animais domésticos e selvagens. A vacinação
    compulsória é recomendada quando da ocorrência de focos da doença e deve ser adotada
    preferencialmente em bovídeos e equídeos, com idade igual ou superior a três meses. Os animais
    infectados apresentam dificuldade para urinar e defecar, parecem estar engasgados, isolam-se dos
    outros animais, apresentam paralisia, principalmente das patas traseiras, quando em decúbito,
    permanecem assim com movimentos de pedalagem, e vão a óbito.

    English
    The rabies is caused by a Rabdovírus virus, it’s one of the zoonoses that have the biggest importance
    in public health and is transmitted by hematophagous bats. It’s an infectious disease that is caused
    by a virus which predominantly affects mammals, being spread by the bite of an infected animal,
    although contamination of skin wounds by recent saliva can result in infection. After penetrating the
    bloodstream, the virus attacks the nerves, follows their course until it reaches the spinal cord and
    reaches the brain. The disease presents itself in two forms, the paralytic and the furious form. There
    isn’t any treatment for this illness, being every case fatal. As a control, exposure must be prevented
    and domestic and wild animals vaccinated. Compulsory vaccination is recommended when there are
    outbreaks of the disease and should preferably be adopted in bovine and equine animals aged three
    months or more. Infected animals have difficulty urinating and defecating, seem to be choking,
    isolate themselves from other animals, present paralysis, especially of the hind legs, when in
    decubitus, they keep this way with pedal movements and then die.

    OBS: para acesso as imagens referentes a publicação, favor acessar o link: https://www.instagram.com/p/CXEVXKBAlI_/?utm_source=ig_web_copy_link

     

    Referências:

    NOVAIS, Bruna AF; ZAPPA, Vanessa. Raiva em bovinos–revisão de literatura. Rev Elet Med Vet, v. 10, n. 6, p. 1-7, 2008.
    RIET-CORREA, Franklin et al. DOENÇAS DE RUMINANTES E EQUINOS. São Paulo: Varela, 2001. 426 p.


  • Resumo: Aborto em bovinos

    Publicado em 31/10/2021 às 17:45

    Na quarta-feira do dia 29 de setembro, o GEHISPA recebeu a doutora e médica veterinária Caroline Argenta Pescador para apresentar sobre “Aborto em Bovinos”. Segue um resumo do que foi abordado no encontro.
    O Mato Grosso possui um rebanho de bovinos de aproximadamente 30 milhões de bovinos o que corresponde a 14% do rebanho nacional. Nesse rebanho existem propriedades altamente tecnificadas assim como aquelas em que existe pouco ou nenhum manejo sanitário. Tudo isso culmina na eficiência reprodutiva do local e consequentemente na taxa de parição (bezerros vivos/bezerros mortos).
    O aborto nada mais é que a perda fetal que ocorre a partir do 46 dias de gestação até os 270 dias. Existem diversas etiologias responsáveis por tal perda e diagnosticá-las é o primeiro passo para reduzir o número de abortos.

    Para ter acesso a mais informações e imagens clique no nosso link para o instagram https://www.instagram.com/p/CVs6yjdrVUy/?utm_medium=copy_link


  • Resumo: Herpesvirus da Carpa Koi

    Publicado em 25/10/2021 às 19:27

    Na sexta-feira do dia 10 de setembro, o GEHISPA recebeu a graduanda Stephanie Alves de Freitas para apresentar sobre “Herpesvirus da Carpa Koi”. Segue um resumo do que foi abordado no encontro.
    As carpas são espécies muito importantes seja no aquarismo como peixes ornamentais ou seja na aquicultura. Dentro da aquicultura a produção de carpa é cerca de 3,4 milhões de toneladas por ano.
    O Herpesvírus da carpa koi cauda uma doença de notificação obrigatória a OIE.

    Para mais informações e acesso a imagens dos achados macroscópicos e microscópicos acesse nossa página no instagram pelo link https://www.instagram.com/p/CVdpJYVLw1t/?utm_medium=copy_link