Colorações Especiais: Alcian Blue

17/12/2019 12:22

Alcian Blue ou Azul de Alciano

Os corantes de Alcian são compostos catiónicos e formam ligações eletrostáticas (iônica) com determinados grupos polianióicos carboxil ou sulfato. O Azul de Alcian (AA) tem grande especificidade em corar mucinas ácidas. Os tecidos não são afectados por posteriores tratamentos com água ou álcool e tem elevada durabilidade da coloração. Este corante cora específica e intensamente mucinas ácidas, de cor azul. Na patologia essa coloração é interessante para diferenciar certos tumores secretores de mucina ou com componentes mucinoides como carcinoma rico em lipídeos no pulmão, onde pode haver proliferação de células caliciformes secretoras de muco.

 

Alcian Blue

Alcian dyes are cationic compounds and form electrostatic bonds with certain carboxyl or sulfate polyanionic groups. Alcian Blue (AA) has great specificity in staining acid mucins. Alcian Blue (AA) has great specificity in staining acid mucins. The tissues are unaffected by subsequent water or alcohol treatments and have high color durability. This dye stains specifically and intensely acidic mucins, in blue color. In pathology this staining is interesting to differentiate certain mucin-secreting tumors or mucinoid-like tumors such as lipid-rich carcinoma in the lung, where there may be proliferation of mucus-secreting goblet cells.
FONTE:https://www.fciencias.com/2014/06/26/tecnicas-de-coloracao/. Acesso em 06/11

 

 

Intestino grosso, suíno, macho, Comercial, 40 dias, objetiva de 4x, HE.

 

Intestino grosso, suíno, macho, Comercial, 40 dias, objetiva de 40x, HE.

 

Intestino grosso, suíno, macho, Comercial, 40 dias, objetiva de 4x, AB.

 

Intestino grosso, suíno, macho, Comercial, 40 dias, objetiva de 40x, AB.

 

Protocolo de coloração utilizado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LABOPAVE).

Colorações Especiais

17/12/2019 11:28

Na patologia veterinária um dos métodos utilizados para diagnóstico confirmatório são as colorações especiais. Tendo isso em vista serão realizadas postagens mensais acerca das colorações utilizadas no LABOPAVE bem como sua finalidade e imagens ilustrativas. Esperamos que todos aproveitem e aprendam!

Leucose enzoótica bovina

23/08/2019 16:53

A leucose enzootica bovina é uma neoplasia de linfócitos causada por um retrovírus, que
ocorre em bovinos com mais de dois anos de idade e é caracterizada pelo surgimento de
tumores em diversos órgãos, sendo mais prevalente em rebanhos leiteiros. É transmitida por
transferência de linfócitos infectados, portanto sua transmissão ocorre principalmente
durante manejos como a descorna, vacinações e colocação de brincos. A maior parte dos
animais infectados permanece como portadores assintomáticos. Na necropsia, é observado
aumento dos linfonodos superficiais e internos, que ao corte, se apresentam sem distinção de
regiões cortical e medular. Na histologia, observa-se a proliferação de linfócitos e infiltração
maciça destes nos órgãos afetados, sendo mais frequentes coração e abomaso. Geralmente
os achados da necropsia são suficientes para o diagnóstico.

Fonte: RIET-CORREA, Franklin et al. Doenças de Ruminantes e Equinos. 2. ed. São Paulo:
Varela, 2001. 426 p.
Enzootic bovine leukosis is a lymphocyte neoplasm caused by retrovirus, which occurs in
cattle older than two years and is characterized by the appearance of tumors in several
organs, being more prevalent in dairy herds. It is transmitted by transfer of infected
lymphocytes, so its transmission occurs mainly during management such as dehorning,
vaccinations and earrings. Most infected animals remain asymptomatic carriers. At necropsy,
enlargement of superficial and internal lymph nodes is observed, which at cut, are presented
without distinction of cortical and medullary regions. Histologically, lymphocyte proliferation
and massive infiltration into the affected organs are observed, most commonly heart and
abomasum. Necropsy findings are usually sufficient for diagnosis.

 

Áreas de equimose e petéquias no epicárdio, coração com 8kg, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

 

Áreas com material gelatinoso (atrofia serosa da gordura) no epicárdio, coração, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

 

Múltiplas áreas esbranquiçadas, firmes, por vezes coalescendo, superfície de corte, coração, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

 

Áreas enrugadas e brancacentas no endocárdio (lesões de jato), coração, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

 

Parte superior, rim apresentando áreas brancacentas na região cortico-medular, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos. Parte inferior, fígado sem alterações, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

 

Coração, infiltrado de linfócitos difuso acentuada, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

 

Coração, infiltrado de linfócitos difuso acentuado, bovino, fêmea, Holandesa, 5 anos.

Leiomioma gástrico em canino

29/07/2019 23:02

O leiomioma é um tumor benigno de células de músculo liso que ocorre comumente no estômago de cães idosos, com predileção para os machos, sendo raramente observado em outras espécies de animais domésticos São mais comuns em região gastroesofágica, na região antro pilórica e o piloro, e suas metástases apresentam lenta evolução. A sintomatologia é associada ao distúrbio funcional do fluxo gástrico e obstrução mecânica parcial ou total. Sintomas como êmese, letargia, perda de peso, diarréia, melena e hematoquezia podem ocorrer com duração variável. No diagnóstico de neoplasias gastrointestinais, as radiografias abdominais são úteis, mas o exame mais indicado para neoplasias gástricas é o ultrassom abdominal. O tratamento se dá por ressecção cirúrgica e o prognóstico é bom quando não ocorrem complicações pós-operatórias mesmo para tumores malignos, se a excisão for completa, isto é, ausência de células tumorais nas margens do tecido resseccionado (CARVALHO et al, 2016). Microscopicamente esta neoplasia é caracterizada por proliferação de células de músculo liso, apresentando núcleos pavimentosos eucromáticos, citoplasma amplo e anfofílico, moderadamente abundante de bordos indistintos, as células apresentam formato homogêneo. Na coloração especial de Tricrômico de Masson e Picrosirius não é evidenciado colágeno como componente primário da neoplasia. Pode haver infiltrado na mucosa.

ENGLISH
Leiomyoma is a benign smooth muscle cell tumor that commonly occurs in the stomach of elderly dogs with a male predisposition and is rarely observed in other species of domestic animals. They are more common in the gastroesophageal region, the pyloric antrum region and the pylorus, and its metastasis presents slow evolution. Symptomatology is associated with functional disturbance of gastric flow and partial or total mechanical obstruction. Symptoms such as emesis, lethargy, weight loss, diarrhea, melena and hematochezia may occur with variable duration. For the diagnosis of gastrointestinal neoplasms, abdominal radiographs are useful, but the most appropriate test for gastric neoplasms is abdominal ultrasound. The treatment is by surgical resection with a good prognosis when postoperative complications do not occur, even for malignant tumors if excision is complete, that is, absence of tumor cells in the margins of the resected tissue (Carvalho et al., 2016). Microscopically, this neoplasm is characterized by proliferation of smooth muscle cells, presenting eucromatic pavement nuclei, a broad, moderately abundant and amphiphilic cytoplasm, with indistinct borders, and the cells are homogeneous. In the special staining of Masson and Picrosirius trichrome, no collagen is evidenced as the primary component of the neoplasia. There may be infiltration of the neoplasm in the adjacent mucosa.

Canino, estômago, macho, poodle, 8 anos e 1 mês.

Imagem 1: peça cirúrgica com 6X6,5X2,5 cm apresentando nódulo com 3X2X3 cm, brancacento, irregular e firme.

Imagem 2: peça cirúrgica com 6X6,5X2,5 cm apresentando nódulo com 3X2X3 cm, brancacento, irregular e firme.

Imagem 3: Fragmento com proliferação de células de músculo liso da muscular externa em direção à mucosa. Leiomioma, aumento de 100x em H&E.

Imagem 4: Proliferação formada por células de músculo liso, apresentando núcleos pavimentosos eucromáticos, citoplasma amplo e anfofílico, moderadamente abundante de bordos indistintos, as células apresentam formato homogêneo. Leiomioma, aumento de 400x em H&E.

Imagem 5: Na coloração especial de Tricrômico de Masson não foi evidenciado colágeno como componente primário da neoplasia. Leiomioma, aumento de 400x em Tricrômico de Masson.

 

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Síndrome da veia cava caudal em bovino

23/07/2019 21:45

A Síndrome da veia cava caudal pode ser uma condição clínica associada à formação de abcesso no sistema arterial pulmonar. Essa condição caracteriza-se pela formação de êmbolos sépticos na corrente sanguínea, formados a partir de trombos da veia cava caudal que obliteram o lúmen vascular, causando hipóxia tecidual (BRAUN et al., 2002). Os trombos são reconhecidos como sequelas de várias condições sépticas como: flebite da jugular, mastite, podridão dos cascos, enterites, pneumonias, reticulopericardite traumática e laminite (SIMPSON et al., 2012). Outra condição que pode desencadear é a onfaloflebite, processo inflamatório que acomete a veia umbilical de bezerros (MEUDAL, 2006).  Um grande número de vasos colaterais é recrutado quando a veia cava e suas principais tributárias venosas sofrem obstrução. Em consequência disso há descompensação circulatória, diminuindo a função hepática, causando fibrose tecidual, onde o tecido hepático é substituído por estroma. As lesões microscópicas encontradas na análise histopatológica são compatíveis com flebite (presença de macrófagos, linfócitos e neutrófilos), atrofia dos hepatócitos e presença de macrófagos com hemossiderina.

Bovino, fêmea da raça Holandesa, 2 anos de idade.

Imagem 1: veia cava caudal, abscesso com grande quantidade de pús.

 

Imagem 2: fígado com fibrose (substituição das células necrosadas por tecido conjuntivo) e hemorragia, HE, obj.40x.

 

Imagem 3: fígado apresentando células em necrose, picnóticas (setas pretas), comparar com as células que ainda apresentam sua conformação normal (seta branca), HE, obj. 10x.

 

Imagem 4: fígado com fibrose, hemorragia e proliferação dos ductos, HE, obj. 10x.

Coccidiose por Eimeria tenella em frango de corte

17/07/2019 18:47

A coccidiose é uma doença causada por alguns gêneros de protozoários, tendo como principais causadoras as espécies do gênero Eimeria, sendo que cada uma dessas espécies apresenta predileção por diferentes áreas do trato intestinal. As aves são infectadas ao ingerirem alimento contaminado com fezes apresentando oocistos desses parasitas. Os  oocistos ingeridos tem sua parede destruída no ventrículo, liberando esporozoítos que, ao alcançarem o intestino, invadem as células da mucosa e iniciam sua reprodução. Após duas gerações de desenvolvimento assexuado, é iniciada a fase sexuada, onde microgametas móveis se unem a macrogametas para gerarem zigotos que irão amadurecer para se tornarem oocistos. Esses últimos serão eliminados pelas fezes, contaminando o ambiente e iniciando um novo ciclo. O processo todo leva de quatro a seis dias para ocorrer, dependendo da espécie do protozoário. A infecção por Eimeria causa a destruição das células intestinais e encurtamento das vilosidades, diminuindo assim a absorção dos nutrientes ingeridos pelas aves. No caso apresentado nas fotos, a espécie responsável pela enfermidade foi a E. tenella, que possui predileção pelo ceco e é considerada uma das espécies mais patogênicas em aves. Algumas das alterações que podem ser vistas na microscopia são: destruição de glândulas cecais; áreas de hemorragia e necrose ao redor de vasos próximos a camada muscular; áreas com infiltração de células de defesa; presença das diferentes formas de desenvolvimento do parasita. A prevenção e o controle podem ser feitos utilizando-se quimioterápicos, como a monensina, e vacinação. Além disso, recomenda-se fazer a desinfecção periodicamente do ambiente onde estão os animais se possível e evitar colocá-los em locais úmidos. Para o tratamento, pode ser utilizada sulfadimetoxina 1,25% em 20 mL/L de água de bebida por 4 dias.

 

ENGLISH

Coccidiosis is a disease caused by some genus of protozoa, having as main causes the species of the genus Eimeria, which shows a predilection for different areas of the intestinal tract. Birds are infected by eating food contaminated with feces presenting oocysts of these parasites. The ingested oocysts have their wall destroyed in the ventricle, releasing sporozoites that, upon reaching the intestine, invade mucosal cells and begin to reproduce. At least two generations os asexual development called schizogony or merogony give rise to a sexual phase, where small, motile microgametes seek out and unite with macrogametes. The resulting zygote matures into an oocyst, wich is released from the intestinal mucosa and is shed in the feces where they are going to contaminating the environment and starting a new cycle. The whole process takes four to six days to occur, depending on the protozoan species. Eimeria infection causes the destruction of intestinal cells and the shortening of villi, thus reducing the absorption of nutrients ingested by birds. In this report, the species responsible for the infection was Eimaeria tenella, which have predilection for the cecum, and it is considered one of the most pathogenic species that affect birds. Some of the changes that can be seen in the microscopy are: destruction of cecal glands; areas of hemorrhage and necrosis around vessels next to the muscle layer; areas with infiltration of defense cells; presence of different forms of parasite development. Prevention and control can be used with chemotherapeutic agents, such as monensin, and vaccination. In addition, it is recommended to periodically disinfect the environment where the animals stay and avoid the formation of wet places. For treatment, 1.25% sulfadimethoxine can be used in 20 mL / L of drinking water for 4 days.

 

Ceco, tiflite necro-hemorrágica difusa acentuada associada a Eimeria tenella, cecos apresentando lesões hemorrágicas (petéquias), frango de corte, macho, 15 dias.

 

Ceco, tiflite necro-hemorrágica difusa acentuada associada a Eimeria tenella, ceco apresentando coágulo e petéquias em sua mucosa, frango de corte, macho, 15 dias.

 

Ceco, tiflite necro-hemorrágica eosinofílica e linfocítica difusa acentuada associada a Eimeria tenella, é possível observar macrogametas (setas) e microgametas (pontas de seta), frango de corte, macho, 15 dias.

 

Ceco, tiflite necro-hemorrágica eosinofílica e linfocítica difusa acentuada associada a Eimeria tenella, área com esquizontes contendo merozoítos (setas), frango de corte, macho, 15 dias.

 

Ceco, tiflite necro-hemorrágica eosinofílica e linfocítica difusa acentuada associada a Eimeria tenella, infiltrado de linfócitos (setas vermelhas) e eosinófilos (setas verdes) em região lesionada pelos protozoários, frango de corte, macho, 15 dias.

 

Ceco, tiflite necro-hemorrágica eosinofílica e linfocítica difusa acentuada associada a Eimeria tenella, região de células com núcleo picnótico e cariólise (necrose), frango de corte, macho, 15 dias.

 

Ceco, tiflite necro-hemorrágica eosinofílica e linfocítica difusa acentuada associada a Eimeria tenella, esquizontes com tamanho característico da espécie E. tenella (0,0516 milímetros ou 51,6 micrômetros) associados a área contendo sangue fora dos vasos (hemorragia), frango de corte, macho, 15 dias.

 

 

Diferença entre lipoma e lipossarcoma

05/02/2019 18:01

Ambos são tumores de origem mesenquimal, ou seja, a célula que deu início ao tumor tem origem do tecido embrionário chamado mesoderma. No entanto, estes se diferenciam conforme a sua malignidade e todas as características que diferenciam tumores benignos e malignos como metástases, crescimento, morfologia celular, entre outras características. O lipoma é um tumor benigno cujo nascimento se dá a partir das células do tecido adiposo, os lipócitos, enquanto que o lipossarcoma é um tumor maligno de mesma origem.

Lipoma: bem diferenciado, comum em cães e já visto na maioria dos animais domésticos, fêmeas caninas e felinos machos castrados siameses parecem apresentar certa predisposição. Na macroscopia apresentam-se bem circunscritos, encapsulados, massas brancacentas a amareladas indistinguíveis da gordura normal. Na microscopia as células do lipoma são idênticas aos lipócitos normais, ou seja, presença de grandes vacúolos claros/brancos intracitoplasmáticos que empurram e comprimem o núcleo para a periferia. Alguns dos tumores têm regiões de necrose, inflamação e/ou fibrose. A célula inflamatória predominante geralmente é o macrófago que pode ou não ser epitelióide.  Possuem crescimento lento e são curados apenas com a excisão cirúrgica. Podem ser infiltrativos o que dificulta a excisão completa e pode exigir múltiplas excisões, além da dificuldade de determinar as margens, pois os adipócitos neoplásicos e normais são muito semelhantes.

Intestino, lipoma, equino, fêmea, 33 anos, presença de cápsula de tecido fibroso, HE, 4X

 

Intestino, lipoma, equino, fêmea, 33 anos, material amorfo levemente basofílico no interior de alguns adipócitos (necrose de gordura), HE, 10X.

 

Intestino, lipoma, equino, fêmea, 33 anos, há formações de células com um único vacúolo grande no citoplasma que deslocam o núcleo para a periferia (adipócitos), HE, 10X

 

Intestino, lipoma, equino, fêmea, 33 anos, há formações de células com um único vacúolo grande no citoplasma que deslocam o núcleo para a periferia (adipócitos). Entre as células há pequenos vasos e estroma delicado, HE, 40x.

 

Lipossarcoma: são raros nos animais domésticos, mas ocorrem em todas as espécies sendo os cães da raça Pastor-de-shetland mais afetados, sem predisposição para sexo, com aumento da incidência conforme o aumento da idade, pode ser dividido em 3 subtipos ainda pouco usados na veterinária (bem diferenciado, anaplásico ou pleomórfico e mixóide). Na macroscopia podem ser semelhantes a lipomas, mas a maioria é firme, massas cinzentas a brancacentas que infiltram o tecido subcutâneo e muscular adjacente. Na microscopia são compostos por células arredondadas a poligonais arranjadas em folhas, com citoplasma geralmente abundante e pouco ou nenhum colágeno no estroma. O núcleo varia de redondo a oval e tende a possuir um tamanho maior quando comparado ao lipoma com diferentes graus de pleomorfismo.

 

Subcutâneo, lipossarcoma, rato, fêmea, 2 anos e 7 meses, nódulo formado por múltiplos lóbulos delimitados,caracterizado por proliferação de células arredondadas por vezes estreladas, HE, 4X.

 

Subcutâneo, lipossarcoma mixóide, rato, fêmea, 2 anos e 7 meses, proliferação de células arredondadas por vezes estreladas, dispostas em ninhos alocados em matriz densa, por vezes apresentando material levemente basofílico em meio aos ninhos (matriz mucóide). As células neoplásicas apresentam citoplasma amplo, vacuolar, hipocorado a levemente eosinofílico e núcleos com cromatina fragmentada (anisocariose moderada). Raras figuras de mitose. Há vaso sanguíneos abundantes, HE, 40X

 

Subcutâneo, lipossarcoma, rato, fêmea, 2 anos e 7 meses, nódulo formado por múltiplos lóbulos delimitados,caracterizado por proliferação de células arredondadas por vezes estreladas em meio a matriz mucóide, Alcian Blue, 4X.

 

Subcutâneo, lipossarcoma mixóide, rato, fêmea, 2 anos e 7 meses, proliferação de células arredondadas por vezes estreladas, dispostas em ninhos alocados em matriz densa, por vezes apresentando material levemente basofílico em meio aos ninhos (matriz mucóide). As células neoplásicas apresentam citoplasma amplo, vacuolar, hipocorado a levemente eosinofílico e núcleos com cromatina fragmentada (anisocariose moderada). Raras figuras de mitose. Há vaso sanguíneos abundantes, Alcian Blue, 40X

 

 

 

Classificação Histológica dos Mastocitomas

23/01/2019 12:55

O mastocitoma é uma neoplasia maligna originária da proliferação dos mastócitos que pode afetar qualquer órgão, mas atinge principalmente a pele. É a neoplasia cutânea mais comum nos cães. Pode se desenvolver em qualquer idade sendo a mais comum entre 8 e 9 anos. Não tem predisposição por sexo. Já quanto as raças, sabe-se que todas podem ser afetadas, no entanto as com predisposição são Boxer, Boston e Bull Terrier, Beagle, Labrador e Golden Retriever. Macroscopicamente  caracterizam-se por múltiplas formas de apresentação, desde pequenas pápulas bem delimitadas até neoformações infiltrativas e ulceradas de grandes dimensões passando por nódulos e placas de diferente tamanho e cor, mas principalmente brancos ou vermelhos.

A classificação histológica é fundamental para determinar o prognóstico e o tratamento. Atualmente as características histológicas avaliadas pela classificação de Patinaik et al (1984) tem se tornada cada vez mais questionáveis visto o tamanho grau de subjetividade. Tendo isso em mente outra classificação, de Kiupel et al (2011), está sendo trabalha e amplamente aplicada para melhorar a classificação de mastocitoma  Esse post tem como objetivo elucidar um pouco sobre cada uma delas.

Para Patnaik et al (1984) os critérios avaliados são invasão, celularidade, morfologia da célula, índice mitótico separando os tumores em graus I (bem diferenciado), II (moderadamente diferenciado) e III (pouco diferenciado).  Os tumores de grau I são normalmente menos agressivos e podem ser tratados apenas com cirurgia. Os tumores de grau II possuem uma malignidade moderada e são tratados com cirurgia, com amplas margens de recessão, pois possuem maior probabilidade de metastisar. Os tumores de grau III são os mais agressivos e metastisam frequentemente.

Já para Kiupel et al (2011) os mastocitomas podem ser divididos em alto e baixo grau de malignidade sendo que o diagnóstico  de alto grau baseia-se na presença de qualquer um dos seguintes critérios: pelo menos 7 valores mitóticos em 10 campos de alta potência (hpf); pelo menos 3 células multinucleadas (3 ou mais núcleos) em 10 hpf; pelo menos 3 núcleos bizarros em 10 hpf; cariomegalia (isto é, diâmetros nucleares de pelo menos 10% das células neoplásicas variam pelo menos duas vezes).

 

Pele, região sacral, mastocitoma de grau II ou de baixo grau, canino, fêmea, SRD, HE, 4X, massa neoplásica pouco delimitada intimamente associada à epiderme caracterizada por proliferação de células redondas individualizadas por vezes revelando arranjo cordonal.

Pele, região sacral, mastocitoma de grau II ou de baixo grau, canino, fêmea, SRD, HE, 10X, massa neoplásica pouco delimitada intimamente associada à epiderme caracterizada por proliferação de células redondas individualizadas por vezes revelando arranjo cordonal que infiltra o tecido conjuntivo.

Pele, região sacral, mastocitoma  de grau II ou de baixo grau, canino, fêmea, SRD,HE, 40X, as células apresentam citoplasma amplo que por vezes contém grânulos anfofílicos em seu interior em meio as células são encontrados alguns eosinófilos. Anisocariose e anisocitose acentuadas. Em média menos de uma mitose por campo de 400x.

 

Mama abdominal caudal, mastocitoma grau III ou de alto grau, canino, fêmea, Golden Retriever, HE, 4X, proliferação neoplásica de células formando ninhos ou cordões que se estende da derme superficial a profunda, sustentada por estroma fibrovascular.

Mama abdominal caudal, mastocitoma grau III ou de alto grau, canino, fêmea, Golden Retriever, HE, 10X.

 

Mama abdominal caudal, mastocitoma grau III ou de alto grau, canino, fêmea, Golden Retriever, HE, 40X, as células são redondas a ovais, citoplasma levemente basofílico, núcleo central e arredondado com cromatina frouxa e nucléolo inconspícuo. Há acentuada anisocitose e anisocariose.

Epidermite Exsudativa

15/01/2019 19:11

A epidermite exsudativa é uma doença também conhecida como eczema úmido, afeta principalmente leitões lactantes ou recém-desmamados, acomete a pele. Nos últimos anos, a enfermidade tem apresentado aumento gradativo e significante em algumas regiões do país, esse fato pode ser associado à produção elevada da suinocultura devido à altas demandas, utilizando assim sistemas mais intensivos.

O agente etiológico responsável por essa enfermidade é o Staphylococcus hyicus subespécie hyicus, trata-se de uma bactéria gram-positiva, podem ser consideradas virulentas, secretoras de toxinas esfoliativas que desempenham papel importante na patogenia da doença. Essa bactéria faz parte da microbiota natural dos suínos, contudo, desenvolve-se somente na presença de fatores predisponentes, considerando que a microbiota da pele contribui para a resistência à multiplicação de cepas potencialmente patogênicas.  Qualquer porta de entrada é um agente potencial associado à infecção ambiental.

As bactérias penetram multiplicam-se na epiderme, desenvolvendo micro colônias produtoras de toxinas esfoliativas ou dermonecróticas capazes de lesionar a pele. Estas lesões estão associadas à clivagem da desmogleína, molécula desmossomal de adesão entre as células. Em casos mais severos, onde há infecção cutânea generalizada, podem ser induzidas respostas sistêmicas inflamatórias.

Os sinais clínicos surgem entre duas a cinco semanas de idade, podendo ser de forma generalizada ou localizada. Sendo a primeira a mais comum, a qual se manifesta por apatia, diarreia e modificação na coloração da pele nas fases inciais do seu desenvolvimento. Os leitões tendem a ficar aglomerados, e apresentam inicialmente vesículas ao redor dos olhos e face externa da orelha, alastrando-se a seguir para o restante da face, áreas laterais do tronco, abdome e face interna das pernas. Essas dão origem a vesículas secundárias, as quais se rompem e resultam na exsudação e hiperemia e tendem a ficar com coloração enegrecida devido ao contato com sujidades. O aumento da secreção cutânea tende a favorecer o crescimento bacteriano e, consequentemente, a produção de necrose e odor rançoso. Em casos mais avançados, forma-se uma camada espessa, gordurosa, fétida e amarronzada (Figura 1).

Figura 1: Suíno, macho, 14 dias, pele amarronzada, espessa, gordurosa e fétida com odor rançoso associado à presença de exsudação e hiperemia com crescimento bacteriano e necrose.

Microscopicamente, pele, epiderme com pequenos pontos basofílicos aglomerados semelhante a colônia bacteriana  associado a regiões com perda de epitélio (erosão), (Figura 2) e presença de células vacuolizadas (degeneração balonosa) (Figura 3).

Figura 2: Suíno, pele, epiderme, pequenos pontos basofílicos aglomerados sugestivos a colônia bacteriana, associado à regiões com perda de epitélio (erosão) HE, Objetiva, 10x.

Figura 3: Suíno, pele, presença de células vacuolizadas (degeneração balonosa) HE, Objetiva 40x.

No sistema nervoso central, devido à septicemia, há infiltrado predominante de linfócitos e macrófagos com raros plasmócitos, afetando meninges (Figura 4) e o entorno dos vasos (manguito perivascular) (Figura 5).

Figura 4: Suíno, cerebelo, meningite linfohistiocítica, HE, Objetiva 4x.

Figura 5: Suíno, encéfalo, infiltrado linfoplasmohistiocítico ao redor dos vasos sanguíneos (manguito perivascular) HE, Objetiva 40x.

Tratamento com o uso de produtos antimicrobianos pode ser realizado de forma eficaz, principalmente se realizado no inicio da doença. Indica-se o uso de sulfadiazina-trimetroprim, ceftiofur e enrofloxacina.