Resumo: Técnica de necropsia em peixes
Nesta sexta-feira, 26/03, o tema do GeHisPa foi sobre técnica de necropsia em peixes, apresentado pelas graduandas Ana Karolina Panneitz e Stephanie Alves de Freitas. Segue abaixo um resumo do tema abordado.
A piscicultura é um ramo da produção que vem recebendo destaque nos últimos anos, tendo um crescimento de 38,7% nos últimos 6 anos. Além disso, a saúde dos peixes reflete a saúde do ambiente, fator importante quando se fala em preservação de espécies. Em ambos os cenários a realização do exame necroscópico é fundamental para o diagnóstico de enfermidades.
A análise da água onde os peixes habitam é essencial para a identificação de suas patologias, uma vez que esta influencia na sua saúde, sendo importante avaliar seus princípios químicos e físicos. Os princípios físicos da água a serem avaliados são temperatura, cor e turbidez. Com relação aos químicos, avalia-se o pH, alcalinidade, dureza, oxigênio dissolvido e amônia.
Para coletas de órgãos, deve-se dar preferência para que esta seja feita antes do animal ser eutanasiado, devido às alterações post mortem, com este sob anestesia. A biópsia de pele, por exemplo, é realizada por meio de raspagem no sentido crânio-caudal utilizando lâmina de bisturi (parte não cortante) ou lâmina de microscópio. É importante que seja colocada água salgada em lâminas de peixes de água salgada e água desclorada em lâminas com amostras de pele de peixes de água doce para evitar destruição tecidual do local coletado.
Com relação aos exames complementares, para amostras microbiológicas, os órgãos mais frequentemente coletados são cérebro, rim e fígado. Em casos de suspeita de infecções por Flavobacterium columnare, deve ser informado ao laboratório, uma vez que esta não cresce nos Ágares comumente utilizados no processamento de materiais. Para a virologia, não são coletadas muitas amostras uma vez que não há muitas culturas celulares aptas a receber vírus de peixe, dificultando o diagnóstico. Já as amostras para parasitologia dependem do tamanho da espécie. Recomenda-se que peixes pequenos sejam colocados em potes com formol na proporção de 1 ml de formol para 4000 ml de água por cerca de 2 horas. Após este período, o pote deve ser preenchido com solução de formol a 40% até que a solução fique a 5%. Após 12 horas, se procede a coleta dos parasitas. Os olhos também devem ser coletados, uma vez que também podem conter parasitas. Para a coleta de sangue, as principais formas são por meio da veia caudal e por punção intracardíaca, dependendo da conformação da espécie. Para armazenamento deste sangue, este pode ser armazenado no microtubo, não sendo necessário tubo de EDTA, devido a quantidade de sangue que é coletado normalmente podendo tornar a amostra muito diluída e com isso comprometendo o resultado do exame.
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