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Resumo: Salmonelose em suínos

25/11/2020 19:21

Na sexta-feira, dia 20 de novembro, o acadêmico Jean Carlo Olivo Menegatt fez apresentação ao GEHisPa sobre o tema ‘’Salmonelose em Suínos’’. Segue abaixo um resumo do tema abordado.

A salmonelose é uma doença infecciosa de grande importância econômica e em saúde pública, uma vez que possui caráter zoonótico. Distribuída mundialmente, esta patologia é causada pelas espécies Salmonella enterica e Salmonella bongori, tendo estas mais de 2400 sorovares. Com relação à suinocultura, os sorovares de maior importância são S. Cholereasuis var kunzendorf e S. Typhimurium, causadoras das formas septicêmica e entérica. Sua via de infecção preferencial é a fecal-oral, sendo que um dos principais meios de contaminação é a ração contaminada.
O diagnóstico sugestivo é feito por meio das lesões encontradas na necropsia e histopatologia. O diagnóstico definitivo é dado pela associação das lesões com isolamento e sorotipificação.
Sua profilaxia é baseada no manejo sanitário, evitar aglomerações, evitar adquirir animais de propriedades endêmicas e realizar a desinfecção dos fômites com desinfetantes a base de fenol, cloro ou iodo. Nas instalações, vassoura de fogo e controle de vetores. A vacinação é indicada somente em surtos da doença no rebanho. Animais infectados devem ser isolados e tratados. O tratamento é de suporte associado a antibiótico oral ou parenteral para controlar a infecção intestinal e evitar a disseminação da bactéria, durante de 7 a 10 dias nos casos entéricos e cerca de 15 dias nos sistêmicos.

Fonte bibliográfica: PAIXÃO, Tatiane Alves da; PINTO, José Paes de Almeida Nogueira; SANTOS, Renato de Lima. Enfermidades pelo gênero Salmonella. In: MEGID, Jane; RIBEIRO, Márcio Garcia; PAES, Antonio Carlos. Doenças infecciosas em animais de produção e de companhia. Rio de Janeiro: Roca, 2018. Cap. 45. p. 478-493.

Resumo: Osteomielite aguda e parasita sanguíneo em fóssil brasileiro – uma revisão

17/11/2020 14:12

Na sexta-feira, dia 13 de novembro, os graduandos Fabrício Bianco Lopes e Emili Camerini fizeram uma apresentação ao GEHisPa intitulada “Osteomielite aguda e parasita sanguíneo em fóssil brasileiro: uma revisão”. Segue abaixo um resumo do que foi apresentado.
A apresentação foi focada no estudo de Aureliano et al (2020), que avaliou a ocorrência de osteomielite aguda
associada a presença de parasitas sanguíneos em um fóssil de titanossauro encontrado no município de Ibirá, em
São Paulo. O osso em questão se tratou de uma fíbula fragmentada, na qual, por meio de tomografia computadorizada, foi possível observar reações periosteais formando protuberâncias com formato de doma elíptica e
padrão de filigrana.

No exame histopatológico, foi observado elevação periosteal com tecido reticular primário; perda do padrão reticular; córtex irregular em toda sua extensão; presença de área com menor reação, apresentando
concentração fibrolamelar; presença de canais radiais em locais com lesão, os quais apresentavam reação avançada,
vascularização reticular maior e cavidades de reabsorção, dando origem às protuberâncias observadas.

Com relação aos parasitas, foi visto que estes possuíam formato fusiforme e coloração variando de cinza escuro a
verde escuro, sendo constituídos principalmente por fosfato de cálcio. Além disso, foi observado que as formas
menores estavam presentes tanto na região cortical quanto na medular, enquanto que as formas maiores foram
encontradas apenas na região medular. A anisotropia e química irregulares, além da análise da morfologia, permitiu a identificação do parasita como pertencente à família Trypanosomatidae. Esta é a primeira descrição de um fóssil
parasita preservado diretamente em tecidos de vertebrados. Isso foi possível devido a replicação de minerais
autigênicos durante decomposição óssea.

Legenda imagens:
1- Fotografia detalhada da lesão fossilizada mostrando formas epiteliais eruptadas.
2- Imagens de modelo de tomografia computadorizada 3D reconstruído de fragmento da fíbula. Vistas: A-medial; Blateral; C-anterior; D-posterior).
3- Imagem ilustrativa mostrando as fases de formação de um fóssil.
4- Histologia da fíbula do titanossauro. A menor imagem mostra osso secundário arranjado longitudinalmente na
cortical interna anteromedial. Ao aproximar observam-se três gerações de ósteons secundários se sobrepondo.
Observe que há até seis camadas Haversianas depositadas centrípeta ao redor dos ósteons. As imagens foram
tiradas sob luz polarizada (nicóis cruzados)
5- Histologia da reação periosteal à disseminação da lesão infecciosa. Aumento da deformidade tecidual (lesão
óssea) e reações periosteias (PR) agressivas.
6 – Parasitas fossilizados preservados no interior dos canais vasculares. Foi usada luz polarizada.
7 e 8- Aproximação da imagem 5 (F). Estruturas oxidadas pontilhadas em grupos localizadas na protuberância
sugerem potencial infecção secundária por bactérias (desenho esquemático em 8).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Resumo: Linfoma Canino

09/11/2020 21:52

Nesta sexta-feira, dia 06 de novembro de 2020, durante o encontro do GEHisPa, os graduandos Kaio Augusto e Vinícius Bassoli apresentaram ao grupo a palestra intitulada “Linfoma Canino”. Segue abaixo um resumo do tema abordado.
O linfoma é uma neoplasia de caráter maligno que acomete diversas espécies, sendo uma delas os cães. Ela é caracterizada pela multiplicação exacerbada das células de defesa chamadas linfócitos e seus derivados (linfócito B, linfócito T, linfoblastos) que acabam se disseminando pelo organismo. Pode ser classificado conforme a localização anatômica dos tumores e conforme o tipo celular.

A causa do linfoma ainda é desconhecida mas, acredita-se que seja de origem multifatorial, sendo que as causas mais prováveis estão ligadas a aberrações cromossômiais, à imunossupressão crônica e à exposição a agentes químicos (solventes orgânicos, herbicidas, dentre outros).
O tratamento mais utilizado para o linfoma é a quimioterapia convencional que é capaz de induzir remissão completa em 60 a 90% dos animais. O prognósticos e o tratamento diferem de acordo com a região acometida e o grau de malignidade.
Legendas
Figura 1: Linfonodo, descaracterização do parênquima do órgão causada pelos linfócitos neoplásicos, observa-se grande homogeneidade do tecido sem distinção de nódulos linfáticos e seios linfáticos.
Figura 2: Linfócitos neoplásico no maior aumento.
Figura 3: Baço, diminuição da polpa vermelha e aumento exacerbado da polpa branca causado pelos linfócitos neoplásicos
Figura 4: Pulmão, presença de linfócitos neoplásicas ao redor do bronquíolo. Há também material amorfo eosinofílico no interstício (edema intersticial) e alvéolos obliterados.

 

  

 

Resumo GEHisPa Especial: Como a biologia molecular pode ajudar o veterinário a campo?

03/11/2020 14:40

Na sexta-feira, dia 30 de outubro, o GEHisPa recebeu uma apresentação especial com o tema ‘’Como a biologia molecular pode ajudar o veterinário a campo?’’, ministrada pela Dra. Ma. e M.V Caroline Pissetti. Segue abaixo um resumo do tema.

Considerando a área de diagnóstico, a biologia molecular é o estudo genético de agentes patogênicos. Para isso, inclui técnicas como PCR convencional, PCR em tempo real, dentre outras.
Assim como ocorre em outras técnicas de diagnóstico, a escolha do material a ser coletado e o acondicionamento deste são extremamente importantes, devendo-se conhecer o patógeno e a doença da qual se está desconfiando. Um exemplo disso seria a diferença no acondicionamento de vírus DNA e vírus com RNA, sendo este último sensível a congelamento a -20°C, sendo preferível portanto a refrigeração, enquanto que o primeiro é mais resistente à baixa temperatura. Além disso, é essencial que o veterinário tenha noção de como funcionam as técnicas moleculares para que não ocorram erros na hora de interpretar os resultados.
O CT (cycle threshold) é um valor da PCR em tempo real que frequentemente pode causar confusão na hora da interpretação dos resultados. Este valor informa em qual ciclo a fluorescência gerada pelas reações com a amostra foi suficiente para considerá-la positiva para determinado agente patogênico. Portanto, é um indicativo da quantidade de material genético presente na amostra, sendo que valores maiores indicam menores quantidades de DNA, uma vez que foram necessários mais ciclos para o reconhecimento. Como vantagens, têm-se a possibilidade de identificar doenças endêmicas na propriedade e fazer o monitoramento da granja, além de saber se o agente que está sendo pesquisado realmente pode estar causando patologias nos animais.
A PCR convencional por sua vez é interpretada de acordo com a observação de bandas formadas em gel de agarose, permitindo apenas dizer se a amostra foi positiva ou negativa, mas sem dar uma noção da quantidade de agente presente nela.

Resumo: Intoxicação por Senecio spp. em bovinos

01/11/2020 23:13

Na sexta-feira, dia 30 de outubro de 2020, durante o encontro do GEHisPa, as graduandas Daniela Raldi e Mariéla T. Packer apresentaram ao grupo a palestra intitulada “Intoxicação por Senecio spp. em bovinos”. Segue abaixo um resumo do tema abordado.

O Senecio spp. está presente principalmente na região Sul do Brasil. A espécie mais conhecida por gerar intoxicação é o S. brasiliensis. É uma planta hepatotóxica, sendo o seu princípio tóxico os alcalóides do grupo das pirrolizidinas. Os alcaloides impedem a mitose nas células hepáticas, causando lesões no fígado. Além disso, ocorre alterações no SNC pelo acúmulo de amônia. A morbidade é 1-30% e a mortalidade de 100%. A toxicidade depende da época do ano e do ciclo de crescimento. A dose tóxica em bovinos é de um total 75-150g/kg da planta verde, portanto uma ingestão diária 0,6-5g/kg durante 1 a 8 meses.

Naturalmente acomete mais os bovinos, que apresentam como principais sinais clínicos diarreia, fezes secas, tenesmo, anorexia, prolapso retal, fotossensibilização, ascite e as vezes edema de barbela ou peito. A intoxicação natural se apresenta de forma crônica e não tem tratamento, podendo levar tempo para a manifestação dos primeiros sinais, mas depois do início o animal não sobrevive por muito tempo. Nas outras apresentações de condições experimentais as lesões macroscópicas podem variar dentro dos quadros agudos (aspecto noz moscada, edema da vesícula biliar, hemorragias em diversos tecidos), subagudos (áreas avermelhadas amareladas ao corte e finos desenhos esbranquiçados em forma de rede) e crônicos (edemas, hemorragias em diversos tecidos, cirrose hepática e icterícia). Na histopatologia a principal lesão é fibrose hepática, megalocitose, degeneração e necrose, por vezes degeneração esponjosa no sistema nervoso central e lesões nos rins. Precisamos diferenciar essa intoxicação de outras plantas hepatotóxicas como Crotalaria spectabilis, Crotalaria retusa, Echium plantagineum e Tephrosia cinérea.

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